A Menina que Roubava Livros (The Book Thief, no original) é um romance do escritor australiano Markus Zusak, publicado em 2006. No Brasil, ele foi lançado em Março de 2007 pela editora Intrínseca, e foi traduzido por Vera Ribeiro. Sendo narrada pela Morte, o livro conta a história de Liesel Meminger, uma garota que se encontrou com a narradora diversas vezes ao longo de sua vida e foi observada pela curiosa colhedora de almas. Vivendo na Alemanha nazista, Liesel enfrenta vários desafios dentre se conformar com a súbita mudança em sua família, se controlar perante Rudy Steiner e saber guardar um segredo (Fonte: Wikipedia).

E agora você poderá acompanhar as impressões sobre esse grande sucesso editorial aqui no Brasil e lá fora (permanecendo por muitos meses nas listas dos mais vendidos).

Liv: A Menina que Roubava Livros, é o melhor livro de todos os tempos da última semana. Não por acaso, já que a sua história agrada gregos, troianos, chatos e sensíveis. Muitos livros já mostraram quase todas as facetas da Segunda Guerra, mas nunca com os olhos da Morte. A primeira vista, assusta. Depois da quarta página, você tem vontade de convidar a Morte para um chá com bolinhos (e nem é exagero isso). Esse livro veio para mostrar que um best seller pode virar um clássico, que a Morte nem é tão assustadora quanto aparenta e que você pode *e por que não?* se apaixonar por um livro.

Amélie: Imagine a velha Alemanha, em câmera lenta, no ritmo da neve quando cai. Apreciando a beleza de cada floco, suave, cumprindo o destino da natureza. Assim são as palavras na narrativa do livro “A Menina que Roubava Livros”, leves, delicadas, mas que seguem um propósito. É claro, longe de ser uma coisa parada, afinal, tem muita emoção, aventura, momentos de reflexão e de pura paixão pelo gosto da infância. A começar que é narrado pela própria morte, que até antecipa alguns fatos. O livro fez sucesso porque resgata a simplicidade, em meio à guerra, ao desespero, à tanta gente sofrida, uma lembrança com banho de chuva, cheiro de bolo de fubá, feito pela louca, mas amorosa Rosa e ao som de uma gaita suave, de Hans Hubberman. E ao fim da última página, a saudade e o gosto de quero mais.

Ariane: As cores da morte pintam o cenário de “A menina que roubava livros”, não somente porque a história se passa na Alemanha de Hitler, mas também porque a própria Morte é narradora. Entretanto, o sabor do livro está mesmo é na simplicidade da vida de seus personagens, pessoas pobres que tentam tirar o melhor de seus dias em meio à desgraça e guerra. O autor traz cada pequena história de uma maneira muito bonita e envolvente, nós sorrimos, suspiramos, concordamos ou até mesmo nos chocamos com as citações de sua narradora inusitada e sábia. A menina ladra de livros, Liesel, que é muito diferente do que eu esperava, me cativou até as últimas linhas, maltratou meu coração e encheu-o de esperança, paz e dor. E uma coisa é certa, se este livro ainda não é um clássico, já é, com toda certeza, um belo livro de cabeceira…

Palazo: O livro tem como cenário a Alemanha durante a segunda guerra mundial. A pobreza, a fome e o medo são constantes na realidade das famílias alemãs. E mesmo condenando qualquer tipo de roubo, torci a cada linha para que a menina não fosse pega durante o ato de furto. Questionei se minha torcida inusitada fosse por simpatia a pequena ladra ou pela companhia da Dona Morte. O fato é que o livro ganha cores exatamente nos momentos em que um pouco de imaginação infantil é inserida a história. Seja por previsões meteorológicas inusitadas, pela narrativa peculiar da Dona Morte ou pela descoberta de cada página dos livros furtados. No fim, mesmo reprovando os roubos da menina, fiquei com a sensação de que a literatura é a melhor forma de ignorar a realidade.

Anica: Embora enxergar os horrores da Segunda Guerra Mundial tendo como personagem principal uma criança não seja exatamente algo novo, o modo como Zusak o faz, é. Para começar, a questão da narração sob o ponto de vista da Morte. É esse distanciamento (o fato de não ser o humano contando a história) que talvez permite tirar a pieguice da obra, uma vez que você vê os fatos nu e crus a partir da visão de alguém que não entende o que é ser humano, mas ainda assim se permite observá-los (e como a narradora mesmo diz em certo momento, acaba por subestimar ou superestimar cada um que vê). Somando a isso: a) Alguns saltos temporais que revelam o destino de personagens extremamente cativantes (fazia tempo que eu não via um livro com um punhado de personagens tão carismáticas como Max, Liesel, Hans, Rudy, Rosa e outros), deixando o leitor ansioso pelo que ele já sabe que não pode ser evitado e b) Imagens que são poesia pura (como estrelas queimando os olhos, uma cozinha cheia de neve e o homem com a mão cheia de cerejas), temos em mãos um livro infanto-juvenil único, daqueles que realmente valem a pena conferir, independente de qual seja sua idade.

Nanda: O livro me chamou a atenção primeiramente pelo título e depois quando li a contracapa e vi que a morte contava sua história e pensei, “hum, está ai algo interessante e diferente”. Mas este livro é mais do que isso: ele chama a atenção pelo conteúdo, tanto pela forma como foi escrito – simples mas poética, quanto pelo desenrolar da história. Eu particularmente não gosto de histórias que contam relatos da primeira e da segunda guerra, mas a abordagem feita aqui me fez querer ler cada vez mais, e me peguei torcendo pelo Max, chorando pelos acontecimentos tristes na vida da Liesel e das pessoas ao seu redor, totalmente envolvida com o que lia. É um livro que cativa e emociona, e que vale muito a pena ser lido.

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