Com o romance Deserto, Luis Sergio Krausz é o vencedor do 2º Prêmio Benvirá. Professor de Literatura Judaica e Hebraica na Universidade de São Paulo, trabalha como tradutor e é autor dos livros Desterro: Memórias em Ruínas (S. Paulo, Tordesilhas, 2011) e Passagens: Literatura Judaico-Alemã entre Gueto e Metrópole (S. Paulo, Edusp, 2012). Também foi vencedor do prêmio Isaías Golgher em 2011.

O 2º Prêmio Benvirá de Literatura recebeu mais de 1.500 inscrições de agosto, quando lançado na Bienal de São Paulo, até seu encerramento em 30 de novembro de 2012.

Foram selecionadas inicialmente 25 obras, que passaram por nova depuração, até a lista final. Deserto foi escolhido no dia 15 de fevereiro de 2013, em reunião final pela comissão independente, formada por José Luiz Goldfarb, Luiz Bras e Anna Maria Martins. A obra será publicada em maio pela Editora Saraiva, com o selo Benvirá. Na cerimônia de lançamento do livro, em São Paulo, Krausz receberá o prêmio e a dotação em dinheiro, de R$ 30.000,00.

“O romance escolhido unanimemente pela comissão julgadora é uma obra madura, que vai do particular para o geral: esmiúça os dramas da comunidade judaica, mas alcança os caminhos e descaminhos da alma humana”, anunciou o coordenador da comissão, José Luiz Goldfarb.

Sobre a obra: A partir de uma experiência da adolescência do autor, Deserto mergulha nas perplexidades de um grupo singularmente deslocado na história do século XX: os judeus de língua alemã da Europa Central que, depois do desmantelamento de sua vida pela guerra, tornam-se estrangeiros em toda parte, inclusive em Israel, o Estado que se propõe como uma solução para a milenar questão do exílio judaico. É um memorial de um povo, de uma cultura e também das questões mais profundas do indivíduo e da Humanidade.

A obra vencedora da primeira edição do Benvirá, Nihonjin, do paranaense Oscar Nakasato, levou mais tarde também o Jabuti na categoria Romance, em meio à polêmica envolvendo o critério de escolha de um dos jurados.