Dispensando intermediárias (ou “Uma introdução”)

Gosto pessoal é difícil de expressar, né? Se me perguntam do que gosto num filme, nunca sei se devo falar na lata ou se devo fazer um preâmbulo a fim de me explicar para a pessoa – ela tem cara de quem tem paciência? Musicais do nada, portas1, gêmeos do mal, moças envoltas em mistério2: todos são bons exemplos de “na lata”.

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Explorando um pouco o último exemplo, há algo de fascinante nessas personagens que adoram seriados policiais, filmes de suspense, livros com espiões e detetives3. Harmony, de Beijos e tiros (interpretada por Michelle Monaghan), se esconde num canto da festa para reler livros pulp do detetive Jonny Gossamer, de Joe Chester4, assim que encontra uma coleção destes na casa do anfitrião. Lindsey, de Xeque-Mate (interpretada por Lucy Liu), é fã de Sherlock Holmes e, provavelmente, a personagem mais esperta do filme. Ana, de F (interpretada por Antônio Xerxenesky), tem muita história pra contar:

Aos vinte e cinco anos de idade, eu pensava já ter visto muitas coisas na vida. Havia presenciado uma decapitação, dois enforcamentos, uma castração, três mortes causadas por queda de um lugar alto, uma cabeça destroçada por um tiro de espingarda, pessoas importantes e ricas desabadas no meio de uma multidão após um disparo de rifle, um ex-nazista sofrer um ataque cardíaco nada acidental, um pedófilo despencar no poço de um elevador e mais uma dúzia de rostos rígidos e frios, alguns litros de sangue e malas cheias de dinheiro vivo. Naquela época, olhava para esse histórico com orgulho: quantas garotas da minha idade podiam dizer que testemunharam tudo isso? A maioria nem viu o cadáver do avô tranquilo no caixão.

Ainda que as obras desses gêneros não me atraíssem muito, há tempos que bastava eu perceber que uma guria (não ficcional) gostava deles para ela ganhar alguns pontos comigo. Assim que terminei de ler Garota Exemplar, de Gillian Flynn, por exemplo, tinha muitas amigas a quem indicar o romance – como já disse, uma tia devorou o meu exemplar em tempo recorde. E, se não consegui convencer mãinha a lê-lo, foi ela quem me fez ter maior interesse em dispensar as intermediárias.

Tudo começou com aquele programa de mãe e filho, na frente da tevê, assistindo a Cold Case – apelidado (por mim) de “Cozy Cade” e (pela genitora) de “a série do gritinho”. Gostávamos de ver o “arquivo morto” ser reaberto e solucionado, sempre com um final que sobrepunha o visual atual de vítima e criminoso ao da época do crime – período, aliás, que ditava qual seria a música usada como trilha sonora da cena. Isso durou até cancelarem a série e a retirarem da programação.

O que não impediu o nosso vício. Um ou outro episódio das franquias C.S.I., por exemplo, passou a servir bem para passar o tempo – ainda que ela deteste as sequências em que os brinquedinhos tecnológicos dos policiais estão em funcionamento e eu não pare de falar mal do Miami, tanto do ridículo das cores saturadas quanto da postura (e dos óculos escuros) (e do jeito de enunciar as frases de efeito) de Horatio Caine (David Caruso, canastrão5).

Mas C.S.I. é só no último caso. Preferimos Law & Order Special Victims Unit por conta da protagonista feminina – “dá pra ver que a Olivia se importa” – e da amenizada que deram no estilão original de Law & Order6. Minha mãe não me aguentava mais criticando cada detalhe do pingue-pongue sem fim dos diálogos (cheios de deixas para as tiradas dos detetives, cheios de informações que levam logo à próxima cena) e das testemunhas que nunca param o que estão fazendo quando interrogadas.

Mas massa mesmo é Criminal Minds. Na tevê sempre passa um episódio antigo seguido de um mais recente: vemos ambos. As equipes são diferentes, a liderança muda de Gideon (Mandy Patinkin) para Rossi (Joe Mantegna), a abertura sem graça que omite Garcia – nossa hacker favorita (Kirsten Vangness) – é compensada pelas montagens toscas que ilustram algumas explicações técnicas e o cabelo do Reid (Matthew Gray Gubler) nunca deixa de ser comentado (“ah, eu gosto assim, mais arrumadinho”). Ainda que prefiramos legendado, não deixamos de ver se só tiver dublado como opção. Se alguém quiser assistir a algum programa no mesmo horário dele, o recomendado é não discutir e ir para a televisão menor e com antena vagabunda: Criminal Minds é prioridade.

Acostumados a todos esses seriados7, nos permitimos diferentes tipos de expectativa. Se em Criminal Minds atentamos para os diferentes transtornos psicológicos e torcemos para que mais nenhuma vítima morra no decorrer da investigação, seriados como C.S.I e Law&Order nos fazem tentar descobrir tanto qual será o crime a ser investigado (“acho que não é essa menininha que morre, é ela quem vai descobrir um corpo… no lago!”) tanto quem é o culpado (“Coronel Mostarda, com o candelabro, no salão de jogos!”).

Foi daí que criei coragem para não apenas admirar quem lia livros policiais e outros thrillers e passei a ler, eu mesmo, um ou outro.

*

A Flip e as suas descobertas – parte 1 
(ou “Sobre Suicidas, de Raphael Montes”)

Você promete a si mesmo que só pedirá autógrafo nos livros que já possui – nada de comprar outros, nada de aceitar indicações de leitura que pesem na bagagem –, mas a Flip já se acostumou a rir na cara das regras estabelecidas pelas pessoas.

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Confesso que me assustei inicialmente com o volume que Raphael Montes me ofereceu: seu primeiro romance, Suicidas 8. Ao pegá-lo, não entendi o milagre: era até leve para um livro com quase 500 páginas. Depois de uma piadinha sobre o autógrafo (ele queria autografar com uma bic, o filisteu!) e outra meio pernóstica (por algum motivo, todo mundo que a ouve acha que falei a sério9), o livro foi para a mala e dali para a seção negra da biblioteca colorida.

Meses depois, enquanto minha tia se empolgava com Garota Exemplar, comecei a ler o primeiro livro brasileiro da “Série Negra” da editora Benvirá10. Raphael me incentivou – via facebook – a dar uma chance às primeiras páginas.

E foi isso. Tal como um episódio de Law & Order, em que não há um minuto sem que uma nova informação potencialmente relevante seja acrescentada, um parágrafo de Montes levava ao outro, quase num apelo para que o livro fosse devorado. Obedeci. A sensação se assemelhava a de quando, ainda pré-adolescente, lia os paradidáticos da escola, os infanto-juvenis de séries como a Vagalume11. Legal.

A ação se alterna entre um diário e um livro escritos pelo narrador-personagem – um dos nove universitários com tendências suicidas que participam de uma roleta-russa num porão –, e gravações das mães destes, reunidas mais de um ano depois do evento, enquanto a delegada lê trechos do diário citado. Por algum motivo, a polícia está mexendo em feridas ainda em processo de cicatrização: interessante. De lápis em punho, decidi tentar matar a charada marcando tudo que o instinto me fazia crer como essencial à resolução do caso e anotando previsões.

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Conhecemos os personagens o suficiente para que suas mortes causem algum choque, mas não tanto a ponto de ligarmos para o fim deles – afinal, queremos sangue. Possíveis razões pessoais para o suicídio, por exemplo, não são lá muito exploradas: é melhor não dizê-las do que revelá-las e… serem bobas. No espírito do “queremos sangue”, há toques de misoginia, homofobia e outras atitudes “típicas” de tantas “pessoas de bem” que quase passam despercebidos – há quem se identifique, há quem veja nisso mais um motivo para não se importar com quem morre ou não.

O final do divertido romance surpreende. Digo, soube que surpreendeu a maior parte dos leitores. Comigo, foi como assistir a Um crime de mestre com minha mãe: ela já tinha visto e disse que eu nunca ia adivinhar o final… e eu fui lá e, pimba!, chutei pro gol ainda nos primeiros 10 minutos. (Ela ainda não me perdoou por ter feito isso.)

A culpa, creio, é de já ter lido Garota Exemplar: quem já o leu está vacinado e muito provavelmente desconfiará de um dos artifícios usados por Montes.

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Gerenciamento de expectativas – parte 1
(ou “Sobre Dias perfeitos, de Raphael Montes”)

Vivemos tempos em que não param de acusarem culpas: a culpa é das estrelas, da Dilma, dos petralhas. Eu sou daqueles que proclamam que a culpa é das expectativas.

Depois de ter sido indicado a vários prêmios e mudado de casa editorial, Raphael Montes publicou um novo romance com bastante repercussão na imprensa e na internet: Dias perfeitos (Companhia das Letras).

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Não vi nada além de elogios a seu novo livro policial – ainda que o autor frisasse que sua obra estaria mais para um suspense psicológico. Aliás, minto, pois vi duas coisas que não considerei inteiramente elogiosas: (1) Jô Soares brincou a respeito da declaração de Scott Turow estampada na capa do livro, fazendo um adendo (em itálico): “Raphael Montes está entre os mais brilhantes ficcionistas jovens que conheço… É o único ficcionista jovem que eu conheço.”; (2) as frases de Carola Saavedra na quarta capa (“O talento de Raphael Montes sempre me chamou a atenção. Muito jovem, tem domínio da técnica, constrói personagens instigantes e conta histórias que prendem o leitor do início ao fim.”) me lembraram de quando meus pais diziam “não fez mais do que a obrigação”. Fora isso, só elogios.

O problema é que a história do “amor” doentio de Leo por Clarice não me pareceu estar à altura do auê. (Não darei spoilers, fiquem tranquilos.) Percebe-se a busca de que o leitor chegue, aos poucos, à constatação de que as coisas estão ficando fora de controle – meio como no meme exposto abaixo. Só não me convenceu.

Busca-se também uma amarração das pontas, como prova da argúcia e sorte do protagonista. Quanto à sorte, não falo nada, haja vista muitas coisas inverossímeis acontecerem fora do âmbito da ficção o tempo todo. Com relação aos momentos em que o protagonista consegue se safar de algo ao distorcer as palavras das pessoas com quem discute a fim de enganá-las, muitas vezes fica a impressão de que Téo é menos inteligente do que seus interlocutores são bestas ao dizerem coisas sem sentido/motivo, que podem (e serão) usadas contra eles mesmos.

Última nota: mais uma vez o final foi meio que estragado pela leitura de Garota Exemplar. Não tem como não comparar se você já leu o romance de Gillian Flynn; e, se comparar, não tem como não constatar que Dias perfeitos deixou a desejar.

Mas há coisas boas e interessantes no meio do romance. Gostei muito de ver uma Clarice que, ao contrário do eu-lírico meio psicopata de algumas canções da Clarice Falcão, é alvo da psicopatia, não agente. Gostei das referências a filmes clássicos da Disney – Branca de Neve e os sete anões, Alice no país das maravilhas, Peter Pan – nos cenários. Gostei da citação de Louca obsessão, filme baseado no livro de Stephen King – é honesto com o leitor, que captaria semelhanças de qualquer maneira. Gostei de como se tentou costurar a história com o nome “Gertrudes”.

Somente depois da leitura, vi a resenha da Folha de S.Paulo. Alguns fãs espernearam, disseram que era recalque e xingaram o crítico – esquecendo-se de (ou não sabendo) que autor algum nasce pronto e que pontos de vista diferentes (e bem fundamentados) servem para o próprio crescimento do escritor. Enfim, só li verdades; um texto como aquele teria me convencido a esperar um pouco menos do romance e só teria beneficiado a leitura, creio.

Depois de um bom episódio de Law & Order, Montes derrapou no seguinte. É motivo suficiente para abandonar o seriado que é a sua obra literária? Creio que não: ele está só começando. Torçamos por mais livros policiais e menos thrillers psicológicos.

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A Flip e suas descobertas – parte 2
(ou “Gerenciamento de expectativas – parte 2”)
(ou “Mais um escritor na cena do crime”)
(ou “Sobre A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker”)

A divulgação na turnê da Intrínseca (1), a confirmação da presença do autor na Flip (2) e a pintura Portrait of Orleans, de Edward Hopper (3), foram as principais razões para que me decidisse a ler A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker. Gosto de (1) ver alguém falando empolgadamente sobre um livro, (2) ler o autor antes de vê-lo falar na maior festa literária do país e (3) sair pela cidade com um livro de capa bonita.

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Pouco depois de saberem que eu estava lendo o romance daquele que promete ser o muso da Flip deste ano, alguns amigos me mandaram algumas resenhas, como a do The Guardian (alertando para não esperar algo comparável a Roth, Franzen e Bellow12, mas algo mais parecido com Harlan Coben – o que, ao final do livro, me fez pensar em dar uma chance a este) e a da Folha (“não passa de uma leitura de banheiro”13), além de uma ou outra resenha na internet. Como a lição foi aprendida com a leitura anterior, achei até bom.

Por que isso é bom? Por causa das altas expectativas que poderiam ser criadas a partir dos elogios nas primeiras páginas do livro e a partir da questão metaliterária presente no romance – não há apenas um escritor na “cena do crime”, mas dois14 –, que poderia nos levar a esperar um Vila-Matas, um Bolaño. Altas expectativas costumam estragar uma obra que se propõe entretenimento – espero já ter deixado claro.

Imagina na Flip.
Imagina na Flip.

Marcus Goldman, o narrador que acompanhamos, é um escritor está numa fase de bloqueio criativo e vê o prazo para a entrega de seu novo romance prestes a se esgotar. Ao mesmo tempo, seu antigo mentor, Harry Quebert, é acusado de um crime ocorrido décadas atrás, uma polêmica que, se transformada em livro, teria a garantia de sucesso nas vendas. É este o ponto de partida da investigação de Goldman na pequena (e fictícia) cidade de Aurora, com seus pacatos habitantes – os quais, muitas vezes, sabem mais do que aparentam15 e só não o revelam porque, bem… ninguém perguntou.

E aqui faço um pouco o papel de advogado do diabo. Não desejo afirmar que Dicker tenha grandes ambições literárias (para além de produzir um livro divertido) com A verdade sobre o caso Harry Quebert, mas creio ser besta a exigência de que só possa haver referências a Roth, Franzen e Nabokov em obras que almejem ser “alta literatura”. O que quero dizer é: você, que vê no Liberdade (Franzen) uma espécie de homenagem a David Foster Wallace, já parou para pensar que não há nada de errado no trailer do clube de leitura da Oprah para esse livro – apenas outro modo de resumir a mesma história?

Dito isso, é justo dizer que Dicker tenha, à sua maneira, feito um panorama de como vê a sociedade americana, algo bem Franzen. Assim como: criou uma caricata (e engraçada) mãe judia (algo bem Roth, em Complexo de Portnoy); ambientou parte da trama numa universidade, apresentou o gosto do narrador pelo boxe e usou o escândalo sexual de Bill Clinton como um marco histórico importante para o enredo (algo bem Roth, em A marca humana); e, finalmente, fez os leitores se lembrarem de Lolita, de Nabokov, como bem pontuou a Anica – mesmo no caso daqueles que, como eu, sequer viram o filme do Kubrick.

Outra crítica que poderia ser feita ao romance é quanto à questão metaliterária – mais especificamente, no que tange aos trechos de As origens do mal, de Quebert, espalhados pelo livro e aos conselhos deste a seu discípulo, Goldman. Talvez esperassem algo mais no estilo 2666, do Bolaño, mas a diferença é clara: em 2666, o autor (Archimboldi) é perseguido por críticos que querem discutir com ele as suas obras; em A verdade sobre o caso Harry Quebert, o autor em questão é endeusado por uma garota de 15 anos e habitantes de uma cidadezinha que se orgulha de seu grande escritor nova-iorquino (mesmo quando ainda não tinham lido nada dele). Percebe como são públicos distintos?

Não é um novo Garota Exemplar, como certa resenha já expôs, mas a vontade de devorar para chegar logo ao final é bem parecida. Sempre que você achar que matou a charada, dê uma olhada na quantidade de páginas restantes: se ainda estiver longe do fim, se prepare, que ainda tem muita reviravolta pela frente.

Acredito que esta seja grande parte da graça de um bom livro policial. O livro se sai bem como dois bons episódios de Criminal Minds ligados por um “to be continued“.

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E…?
(ou “Considerações finais”)

A essa altura, você talvez esteja se perguntando: “por que você não procura logo um novo Garota Exemplar e deixa de comparar todos os livros com ele?” A isso, eu respondo que: (1) foi apenas uma coincidência se os três livros tinham elementos comparáveis ao romance de Flynn16; e (2) não foi por falta de tentativa.

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Um exemplo? O jantar, de Herman Koch, chegou a ser chamado de “o Garota Exemplar europeu”. Li, gostei, mas… não, nada a ver com Flynn – além de esta recomendar o livro em um blurb. Quando vi que A mulher silenciosa, de A.S.A. Harrison, segue uma estrutura semelhante à de G.E. cheguei a me interessar, mas a experiência com o Koch serviu de alerta para o simples fato de que há apenas um Garota Exemplar.

Talvez o ideal fosse apenas esperar que publiquem logo Dark Places, o anterior da escritora. Mas o que não falta é opção de livros policiais, thrillers e suspenses para ler enquanto espero.

Recebi indicações das mais diversas: a Tordesilhas, a Objetiva, a Arqueiro (que detém os direitos do Harlan Coben indicado pelo crítico do The Guardian) e a Benvirá, por exemplo, têm suas séries desses gêneros. A Companhia das Letras, por sua vez, criou a página Clube do crime na esteira do lançamento das novas edições dos livros policiais de Georges Simenon, a fim de divulgar estes e seus outros livros policiais.

Ainda que nem todas as editoras tenham selos específicos para tais obras, as próprias livrarias costumam se encarregar da tarefa de indicarem, em estantes específicas, novos títulos que possam interessar a quem se viciou no gênero.

Fica a dica da voz da experiência: o bom de adquirir um novo vício é ter certeza de que ele poderá ser alimentado por bastante tempo.

  1. Se você leu meu conto de Natal para o Posfácio (parte 1 e parte 2), sabe do que estou falando.
  2. E não falo daquelas moças misteriosas que claramente são mais um objeto de cena, nada além de um acessório para o protagonista, um truque do escritor/roteirista para mascarar sua falta de vontade em criar uma personagem feminina complexa e/ou verossímil e/ou interessante por si só.
  3. Dá para colocar isso tudo no mesmo balaio? Tipo chamar tudo isso de thrillers?
  4. Autor e obra são fictícios, mas para alguns dos romances foram criadas capas de verdade: veja lombadas e quatro capas.
  5. Se você quiser ter uma ideia do quanto Horatio pode ser irritante, clique aqui.
  6. Muito bem parodiado em Community.
  7. Isso sem contar com: os que tentamos ver mas não gostamos – como a recente estreia de Intelligence; os que não gostamos sequer de ver o trailer – Elementary, NCIS, Castle; e os que vejo sozinho – Bates Motel (“novelinha demais pra mim”), Hannibal (“macabro demais pra mim”), Sherlock (“tá ok, talvez eu veja esse depois”).
  8. Curiosidade: eu tinha votado no livro para que entrasse na Copa de Literatura Brasileira do ano passado, mesmo sem ter lido a sinopse – tinha vontade de ver na competição títulos que desconhecia, o que me fez recusar-me a votar nas figurinhas carimbadas de prêmios anteriores.
  9. Por isso, a joguei na nota de rodapé. Eu disse algo como “Um livro policial de 500 páginas de um autor brasileiro E contemporâneo E mais novo do que eu: quão cedo você achar que eu vou ler isso?”. Era, sim, uma piada: nada contra cada uma das características negritadas. Mas como podia soar rude, esclareci logo depois.
  10. Seria, talvez, uma boa hora para nos perguntarmos a razão das editoras publicarem tão poucos policiais de autores nacionais a ponto da inclusão de um autor nessas coleções poder ser utilizada como parte da estratégia de marketing, mas vou pular o questionamento.
  11. Afinal, a sensação é outra quando se tenta lê-los mais velho: fui inventar de ler, já adulto, O escaravelho do diabo (uma unanimidade entre meus amigos) e achei-o constrangedoramente ruim.
  12. Roth e Franzen são citados em uma resenha do Le Point, mas, se você pesquisar, encontrará no mesmo jornal um texto com maior distanciamento crítico a respeito da rápida ascensão do autor e das críticas que sofreu depois disso.
  13. Algo perigoso de se dizer: se levarem a recomendação à risca, prevejo que a nova onda manifestações no Brasil será daqueles que querem apenas tomar um banho e não conseguem fazê-lo por conta de leitores trancados nos banheiros.
  14. Cogitei escrever uma coluna apenas a respeito de obras policiais nas quais houvesse personagens escritores – o que me faria substituir Dias perfeitos por Das paredes, meu amor, os escravos nos contemplam, de Marcelo Ferroni. Porém, numa enquete informal no Twitter, preferiram o tema desta coluna, menos específico.
  15. Dá pra sentir o cheiro de Twin Peaks? Espero que sim.
  16. Respectivamente: o uso de diários, o final e, sei lá, a expectativa geral de que o novo best-seller mundial fosse um novo Gone Girl.