Em junho continuaremos o projeto #leiascifi2015 com a leitura de A mão esquerda da escuridão, da escritora norte-americana Ursula K. Le Guin. O livro é um jovem clássico da ficção científica, que se mantém atual apesar de contar quase cinquenta velinhas. No Brasil, foi publicado pela editora Aleph, com uma belíssima capa, e reeditado recentemente, com uma nova apresentação.

A discussão da leitura será dividida em quatro partes, do seguinte modo:

Semana 1 – de 1 a 7 de junho – Capítulos 1 a 5
Semana 2 – de 8 a 14 de junho – Capítulos 6 a 10
Semana 3 – de 15 a 21 de junho – Capítulos 11 a 15
Semana 4 – de 22 a 28 de junho – Capítulos 16 a 20

Para quem quiser saber algo mais sobre o enredo, temos aqui a resenha feita pelo Volcof, que inclui explicações sobre o cenário geral desse conjunto de obras de Le Guin, o chamado Ciclo Hainish.

Para uma ideia inicial, digamos que, apesar de envolverem civilizações espaciais e tecnologias futuristas, as histórias de Le Guin se preocupam acima de tudo com o aspecto social ou antropológico. Esse ponto fica mais claro se contrapomos ao que era tradicional no modo de ver o futuro até os anos 1970. Por exemplo, tomemos a seguinte imagem apresentada na Feira Mundial de 1900, sobre uma concepção dos anos 2000:

futuro feira mundial 1900

A decepção conclusão mais imediata é que ainda hoje não alcançamos o estágio dos carros voadores. Mas outras transformações que de fato ocorreram revelam ainda mais a inocência do artista: por que não há mulheres pilotando? Por que não há pessoas negras na imagem? Está implícito nessa visão do futuro que, apesar do avanço tecnológico, as relações sociais permaneceriam as mesmas. (Veja também outras ilustrações da série.)

Foram os escritores da geração de Le Guin que mostraram que a tecnologia não surge isoladamente, mas que todos esses elementos – cultura, meio ambiente, tecnologia – agem uns sobre os outros à medida que se transformam. É o que transparece em A mão esquerda da escuridão e que, dentre outros motivos, faz dela uma ótima leitura.

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E atenção: depois da discussão aqui no Posfácio, teremos ainda um encontro presencial em São Paulo, com data e o local a serem divulgados.