Histórias de vampiro estão presentes no cinema e nos livros há muito tempo. Seja através dos conhecidos nomes da literatura, como Anne Rice e Stephen King, que deixaram a temática muito mais reconhecida na década de 70, ou até mesmo seus antecessores, Samuel Taylor Coleridge, Lord Byron e John Polidori, que desbravaram o gênero, ou mesmo Bram Stoker, que deu vida ao vampiro mais famoso de todos os tempos – Conde Drácula. No cinema, muito antes de Edward e Bella serem sensação, a Alemanha trazia o clássico “Nosferatu” (1922) de F.W. Murnau. O gênero teve inúmeras contribuições até os mais recentes sucessos, “Entrevista com o Vampiro” (1994), a Trilogia de Blade e, claro, a Saga Crepúsculo.

Com a televisão, não foi diferente – “Drácula”, “Forever Knight” e “Dark Shadows”, são exemplos disso, sem falar nos mais recentes “Buffy”, “Vampire Diaries” e “True Blood”. Tudo isso pra falar o óbvio – Histórias de Vampiro não são uma moda que surgiu do nada e, de tempos em tempos, releituras são feitas, vampiros novos são criados, às vezes mais românticos, mais politizados, ou até mais violentos. Com certeza, diferentes, mas sem perder a sombra de sua história e a “luz” (ou, melhor dizendo, ausência dela) na sua criação.De toda essa nova geração de vampiros, confesso que a que mais me chamou atenção foi True Blood. Comecei a assistir a série recentemente e, em poucos dias, já não conseguia ir dormir sem ver ao menos um episódio. Nela, os vampiros não perdem suas características básicas – Elegância, sedução e violência, mas também trazem novidades: tentam se enturmar entre os humanos, seja na política ou sociedade propriamente dita, assumindo sua verdadeira forma – a vampiresca.

E é claro que humanos e vampiros habitando um mesmo espaço, com certeza gera conflitos. O conflito humano x vampiro é o plot de toda narrativa vampiresca. True Blood intensifica ao máximo esse conflito e essas relações. E, é claro, como se não bastassem vampiros, também acrescenta lobisomens, metamorfos, telepatas e diferentes tipos de especialidades e criaturas.

Além disso tudo, não podia faltar conhecermos a organização social dos vampiros de True Blood, que, por um lado, apresenta extrema lealdade entre criador e criatura, mas, por outro, também tem seus defeitos como burocracia, tomadas de poder e traições aos Sistema.

True Blood consegue ser moderno sem ter que atentar à tecnologia. A narrativa passa-se, em sua maioria, numa cidadezinha do norte da Lousiana (Bon Temps). O moderno está na abertura e socialização dos vampiros com o mundo, está nos debates políticos que a questão gera, na droga e comercialização de seu sangue – o V, entre tantos outros exemplos.

Não estou aqui para dizer que True Blood é melhor do que todos os outros, mas sim para mostrar que aí está um belo exemplo de como trazer para os tempos atuais uma magnífica receita de sucesso, que é o gênero de terror vampiresco, um dos poucos que consegue misturar, ao mesmo tempo, amor, sensualidade, ação e violência.

Apenas lembrando, a série foi baseada nos livros de Charlaine Harris – Sookie Stackhouse (“Southern Vampire”), na qual eu, infelizmente, ainda não pude ler por completo por se tratar de uma obra muito densa (9 livros). Mas espero em breve poder colaborar com uma nova resenha, sobre série e livro.

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