Sempre ouvi falar muito de Moacyr Scliar. Seja pela polêmica- ou não- envolvendo seu ‘Max e os Felinos’ e ‘Vida de Pi’ de Yann Martell, seja pelas óbvias referências em comum: judeu, médico, escritor.

Uma das minhas grandes faltas com relação à literatura nacional, porém, é nunca ter lido nenhum romance dele. Li alguns contos e ensaios, apenas. De alguns eu gostei bastante, de outros, nem tanto.

Nascido em 23 de março de Março de 1937 em Porto Alegre, Moacyr Scliar era filho de imigrantes judeus e cresceu no Bom Fim, bairro judaico da cidade. Em 1963 gradou-se em medicina, especializando-se em Saúde Pública. Em 1970 foi a Israel fazer uma pós-graduação na área.

Sua carreira literária iniciou em 1968 com a publicação do volume de contos O carnaval dos animais, seguido por A Guerra no Bom Fim, romance de 1972. Desde então foram mais de 70 livros publicados, sendo que dois deles foram adaptados para o cinema, Um Sonho no Caroço do Abacate e Sonhos Tropicais.

Além disso, Scliar ocupou, desde 2003, a cadeira 31 da ABL (no que me pareceu um dos últimos suspiros de respeito próprio da Academia). Recebeu ainda diversos prêmios, como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), APCA (1989) e Casa das Américas (1989).

Depois de sofrer um acidente vascular encefálico isquêmico, Scliar estava internado desde o dia 17 de janeiro, tendo falecido na última madrugada. Terminou, assim, uma das mais admiráveis e prolixas carreiras da literatura brasileira contemporânea.

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