Maigret, criação do belga Georges Simenon, é um dos maiores detetives de toda a literatura.  Em minha opinião, melhor do que os ingênuos Sherlock Holmes e Hercules Poirot. O motivo é simples: Maigret utiliza um complexo método psicológico para provar a autoria dos crimes – para os quais, muitas vezes, ele já tem um palpite logo de cara.

Como nem tudo dura para sempre, um dia Maigret teve de se aposentar. Abandonou a estressante vida detetivesca em Paris e foi viver no campo com sua esposa. Seria esse o fim das aventuras do inspetor. Em Maigret, porém, ele é forçado a voltar de seu merecido descanso, para resolver o assassinato de um criminoso.

Como o próprio Maigret o reconhece, não seria algo do qual a polícia normalmente se encarregaria: um acerto de contas entre bandidos, de certa forma até os ajuda. O problema é que seu sobrinho, filho da irmã super protetora de sua esposa e para quem ele arranjou um emprego na polícia, acabou sendo incriminado.

E é assim que, mais ou menos sem saber como começar e tomado por uma irritação ilimitada, que o detetive criado por Simenon volta a ativa, com uns quilos a mais e sem a mesma disposição ou acesso a dispositivos legais que tinha outrora.

A resolução do crime é bastante interessante, como sempre. Mas talvez o melhor de tudo seja justamente o reencontro do inspetor aposentado com seus velhos afetos e desafetos, e seu mau-humor permeando toda a história.

Maigret

de Georges Simenon

tradução de Paulo Neves

160 páginas

R$ 16,00

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