São Paulo é de quem?

De repente, São Paulo faz 459 anos. E aqui tem tudo para todo mundo – balada, bar, museu, música. Mas algo aconteceu nos últimos dois anos. O cenário superpop deu espaço a novos artistas que tiraram as calças coloridas e colocaram arranjos cabeçudos em suas canções. O rap fez seu ano – Criolo deu sold out e Restart sumiu.

Todo mundo assumiu que “não existe amor em SP” e passou a pedir “mais amor, por favor”. Uma cidade carente unida pelos seus diversos sons. Caminhar pela Av. Paulista significa ouvir uma banda nova a cada quarteirão – desde o solitário da guitarra até um grupo de estudantes que resolveu aventurar sua banda nessas calçadas que já foram palco de violência contra a nossa cultura.

E nossa cultura é assim – um pouco de tudo. Adoniran Barbosa dançando Rita Lee. Uma Tarantela cantada nos karaokês da Liberdade. O mais importante é que tem público, que não liga para a chuva ou para o trânsito, mas sai de casa quase todas as noites em busca de conhecer uma coisa nova. Lota espaços, enche casas e cria um movimento que inveja quem passa por aqui.

A gente não tem praia, sobra poluição e concreto. É a música quem preenche esse vazio de uma cidade da garoa. É a música que faz as noites serem incansáveis. É ela que faz uma população cheia de olheiras pegar o trem lotado das 18h em silêncio, aguardando ansiosamente pelo fim de semana.

Paulistas (e cariocas, baianos, sulistas….) : bem-vindos ao Posfácio!

O aniversário nos palcos

Em meio a esse cenário, a capital paulista faz mais um aniversário e coloca em seus palcos os “bunda-peladas” da Trupe Chá de Boldo – fazendo as vezes dos novos baianos de São Paulo; Thiago Pethit e Léo Cavalcanti – mostrando a cara daquilo que chamam novos paulistas. Mas daí tem também Simoninha, Ully Costa, Rael da Rima e Bixiga 70.

Arnaldo Antunes/Divulgação
Arnaldo Antunes/Divulgação

Aos saudosos, Wanderléa faz seu show no mesmo palco que sobe a banda Del Rey – aquela do China que interpreta os clássicos de Robeto Carlos. E aí tem de tudo, baianas fazendo um samba, Trovadores Urbanos cantando Antonio Marcos, homenagem ao próprio Adoniran, o rock do República e do Revoltz SP.

Para fechar com chave de ouro, o Vale do Anhangabaú recebe Zélia Duncan, Criolo e EMICIDA, Arnaldo Antunes e Rita Lee – fazendo com que quatro gerações diferentes cantem a cidade.

Serviços:
Vale do Anhangabaú – 4 gerações cantam São Paulo
15h – Zélia Duncan
17h – Criolo e EMICIDA
19h – Arnaldo Antunes
21h – Rita Lee
Shows gratuitos.