Penso sobre o futuro da leitura e desisto. É tão chato querer projetar um futuro bem a sua frente quando nem o presente você compreende. No Brasil é comum ver o número de lançamentos ser absurdo e inversamente proporcional ao número de leitores – em pesquisas gerais. Tem para todos os gostos: fininhos para ponte aérea, grandes para viagens à Europa, complexos para sala de espera de psiquiatras, engraçados para a sala de espera do dentista e os encantadores para as noites a luz de abajur. Todos os gostos podem ser satisfeitos. Então por que não o são? A quem devemos culpar pela falta de leitores mais vorazes? A escola, os pais, os irmãos, os primos, a obrigação, o YouTube e agora o Netflix.
Eu não tenho a quem culpar senão a mim mesmo por não conseguir um discípulo de fardo bibliófilo. Pelos livros que li esses anos, esperava que meu irmão tivesse o mesmo afinco nas leituras que eu. Vá lá, ele leu O paraíso é bem bacana, mas foi por uma indicação minha e gostaria que seu interesse pela leitura tivesse sido despertado para além. Se é culpa da nossa relação, não sei. Talvez eu consiga me redimir com meu filho daqui uns anos e fazer como a Lu Thomé: filho de um lado, livro do outro. Os dois se estranham no começo, disputam atenção, mas acabam se gostando e até deixando nós pais de lado.
E não é que pensando nesses dilemas sobre como incentivar a leitura que minha querida Luiza Neves me falou do projeto Carta & Livro? Nesse projeto, jovens adultos voluntários trocam cartas com crianças e adolescentes moradores de abrigos. A ideia é bem simples: com a troca de cartas o voluntário incentiva seu correspondente a ler e a escrever algo de volta. No final do programa rola a troca: os voluntários dão um livro de presente aos seus correspondentes – com dedicatória, é claro – e recebem de volta um presente confeccionado pelo seu amigo epistolar.
A Morungaba celebra 25 anos de caminhadas e agora com o Núcleo de Voluntariado expande suas ações ainda mais buscando sensibilizar pessoas para encontros na diversidade. Participe você também! (Renata Macedo Soares – Presidente da Associação Morungaba)
É bom ressaltar que a Morungaba, ONG que organiza o projeto, além de incentivar a troca de cartas, convoca voluntários dispostos a ajudar crianças a escrever. Não é preciso, portanto, ser um expert em escrita ou leitura. Ninguém vai te julgar se no lugar de Joyce você indicar Pedro Bandeira. Ler tem de começar em algum lugar, de algum jeito. Para criarmos leitores de bula, de anúncios, etc.
No lugar de reclamar sobre a falta de apoio à leitura, que tal incentivá-la? Pois bem, para quem quiser tornar-se correspondente é só entrar no www.atados.com.br/site/ato/12783. Aqueles que têm disponibilidade de ajudar no desenvolvimento da escrita podem se inscrever por aqui. As inscrições vão até domingo, 19/8.
Aqui do meu lado também participarei e, se tudo der certo, tentarei conseguir com que minha irmã caçula pegue o gosto pela leitura antes que seja tarde demais.
Fe, demais!
Pessoal, participem!!!!!!!
<3
Morungaba, em tupi guarani, quer dizer colmeia de uma abelha chamada Morunga, que faz um mel muito doce! Felippe, sinta-se parte desta “comunidade de abelhas”, cada um fazendo um pouquinho para ver grandes transformações acontecerem! Muito obrigada, vamos aguardar outras “abelhas” aparecerem no nosso jardim!
Morungaba, em tupi guarani, quer dizer colmeia de uma abelha chamada Morunga, que faz um mel muito doce! Felippe, sinta-se parte desta “comunidade de abelhas”, cada um fazendo um pouquinho para ver grandes transformações acontecerem! Muito obrigada, vamos aguardar outras “abelhas” aparecerem no nosso jardim!
Muito legal o projeto Felippe! Quem sabe um dia as coisas mudam por aqui, né?
O projeto do Itaú , de dar livros infantis todos os anos e propor para realizar a leitura para crianças carentes, doar os livros para quem não tem acesso é muito legal também. De projeto em projeto chegamos lá!
Aquilo que você escreveu (que a Lu Thomé comentou com você): filho de um lado, livro do outro, eu pratico diariamente. A minha filha de 4 anos e meio já tá acostumada a dividir minha atenção com os meus livros. E ela já está tão habituada que além de amar os dela, ela pega os meus, olha, finge que tá lendo… muito legal.
Abraços….
Flávia Cardoso.
Demais!!!
Como a Flavia finalizou – de projeto em projeto chegamos lá.
Cada um colaborando e sempre com atenção ao outro teremos um mundo, mundo. Sem imundices. hahahaha.
Olá Fellipe.
Moro em uma comunidade bem pequena no triangulo mineiro, por nossas raízes serem da zona rural nos falamos e escrevemos muito errado, para tentar reverter este triste quadro, resolvi montar um projeto onde peço doações de livros para criar o hábito da leitura entre os alunos e moradores de Pratinha. Graças a leitura consegui desenvolver em mim uma melhoria muito grande na escrita e leitura já que tenho pouquíssimo estudo, estou atingindo meu objetivo, cada dia consigo mais amigos no meio literário e já consegui 370 títulos com autores nacionais, a biblioteca da E.E.Marlene Martins Reis, esta ficando chique ( não temos biblioteca pública), os meninos ficaram entusiasmados com a chegada de tanto livro bonito e hoje a biblioteca que vivia ás moscas tem 2 bibliotecárias , e eu faço meu papel como moradora, saio todos os dias levando ou buscando os livros nas casas em que eu empresto,(p/não ter a desculpa que não leu porque não teve tempo de ir buscar ), hoje vamos participar de uma entrevista na TV Integração a respeito do sucesso atingido pelo projeto. Se de alguma forma você achar que posso fazer mais e melhor por nossas crianças, por favor me diga. Estou te convidando a conhecer o Projeto Mãos Amigas e Sandra Alvarenga no facebook, a página do projeto estou montando agora e vai bem lento já que tenho pouca habilidade com computador. Estou esperando sua visita. Parabéns pelo seu trabalho. Abraços/Sandra