Quis terminar o TOC do Tuca do mesmo jeito que ele começou no Posfácio: dividido em três partes. No entanto, em sendo uma das partes um conto (ou algo que o valha), o editor preferiu que ele saísse sozinho amanhã (a parte 1) e depois (a parte 2). As duas de hoje começam logo após as imagens que as ilustram. A primeira é um breve balanço do ano. Na segunda, faço um relato das leituras do ano de uma leitora incomum.

Espero que curtam.

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O QUE DIZER DESSE 2013 QUE MAL CONHECI E JÁ CONSIDERO PACAS…

“Perto do fim, a gente se lembra do começo”. Só para o caso de haver sabedoria nessa fala do filme Sr. e Sra. Smith, tento lembrar.

Troco 2013 por um salgado velho.

A frase não é minha, mas poderia. Eu não fazia ideia do que esperar de 2013 1. Tem quem não veja a hora de se despedir desse ano. Eu admito que não o entendi direito. Mas que foi bom, ah, foi.

No último TOC do Tuca do ano, não poderia faltar uma breve prestação de contas. Ok, eu continuo me recusando a eleger as melhores coisas de um ano antes dele acabar. Por quê? Pelo simples fato de esperar ser surpreendido no finzinho do segundo tempo, na prorrogação ou nos pênaltis. Sim, eu sou um romântico 2.

Contudo, creio que já dê para fazer um balanço do ano. Como ele não é definitivo nem indica uma ordem precisa de preferências, ficará restrito às notas de rodapé. A inspiração veio do Twitter: “O ano dos livros tristes” foi como uma amiga definiu 2013 por lá. Em resposta ao tweet, outra amiga disse que foi um ano muito feminino – o que dá para perceber em sua lista de bons livros do ano 3. Eu queria um Top 10 temático de ambas, mas não fui atendido.

Pudera: haja saco para listas de 3, 5 ou 10 itens de acordo com um tema. Muita coisa sempre fica de fora, tanto do tema quanto das listas – o Pips deve ter ralado muito para fazer as dele. Eu poderia simplesmente definir o ano como o mais democrático – pelo menos no quesito editoras. Eu sempre gostei de “mais do mesmo”, mas este ano me arrisquei mais e poucas foram as decepções 4. Conheci outras casas editoriais, quebrei alguns preconceitos com as que eu já conhecia, tive boas surpresas, 5 o que resultou em um equilíbrio maior. Eu poderia definir o ano como divertido 6 e não estaria mentindo.

Li mais autoras 7, mais poesia 8, mais obras de não ficção 9, menos YAs 10, menos infantis 11, mais contos 12 (ainda que não muito mais), menos histórias em quadrinhos 13, mais livros em inglês 14, mais brasileiros – lançados no ano ou não 15. Só consegui pensar em uma lista temática: uma lista da tolerância 16, de livros cujos autores mereciam um abraço pelo cuidado com que dispensaram preconceitos diversos.

É esquisito olhar para a biblioteca colorida enquanto penso em tais listas. Muitos livros que adorei ler estão pela metade 17, se lamentando por estarem camuflados entre outros com a mesma cor da lombada. Muitas das melhores coisas que li este ano não cabem na estante, justamente porque não estão nos livros 18.

Mas literatura não é tudo. Apesar da minha educação musical ser pífia – não me perguntem o que ouço na academia – foi um bom ano 19 musicalmente. Deixei de ser aquele cara que vai sempre ao cinema, mas gostei bastante das vezes em que acompanhei o Gui nas idas ao IMAX 20 e dos filmes pernambucanos que consegui ver 21. Melhor ainda é descobrir aquelas pequenas joias escondidas no HD do computador, filmes que você baixou há séculos e nunca se deu ao trabalho de ver – e, quando finalmente o faz, percebe (1) o quanto foi besta de não tê-los visto antes, ao mesmo tempo que compreende (2) o quanto, meses antes, talvez você não “pegasse” certas nuances das obras 22.

Em meio às desculpas para a procrastinação 23 e às resoluções de ano novo esquecidas 24, não tenho do que reclamar de 2013.

* * *

Três músicas meio velhas para 2013 (que, coincidentemente, ao serem usadas em trailers, fazem as cenas parecerem melhores do que são), todas com vídeos bem legais:
* “I Gotta Feeling”, do Black Eyed Peas (em vez disso, veja isso)
* “On Top Of The World”, do Imagine Dragons (em vez disso, veja isso)
* “Raise your glass”, da P!nk (em vez disso, veja isso)

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UMA LEITORA INCOMUM

Eu andava meio mal acostumado. Se lia quieto no meu canto e alguém mais velho chegava para dois dedinhos de prosa, eu esperava basicamente dois tipos de conversa: ou a da condescendência ou a da reminiscência. 25 A primeira é quando você vê no seu interlocutor, no momento em que diz “Você gosta de ler, né?”, um certo olhar de pena: “tadinho, tem-um-parafuso-a-menos, nem-para-gostar-de-futebol-como-gente-normal, nem-deve-ter-amigos, finge-que-gosta-disso-aí”. A segunda é mais um comentário sobre a infância: “eu também gostava de ler, lia feito você, mas lia mais romances-de-banca/obras-de-economia-e-física/todos-os-que-chegavam-pelo-círculo-do-livro”. Não carece de muito raciocínio para perceber que eu prefiro os últimos aos primeiros – ainda que minha preferência absoluta seja simplesmente não ser interrompido e prosseguir a leitura.

O que sempre me incomodou no segundo tipo de conversa era o tom de “aproveite enquanto você ainda gosta de ler, que isso vai acabar; depois você perde o gosto pela coisa e passa a olhar para os livros como quem olha para um namorado antigo: com alguma saudade e com a mais absoluta convicção de que vocês nunca mais ficarão juntos”. 26 Ficava triste pra burro quando pensava que algo assim podia acontecer. “Nunca mais” é uma expressão forte demais.

Ambos os tipos de diálogo costumavam terminar da mesma forma: eu, sozinho, retomando a leitura. Ler é uma atividade solitária, eu sei. É difícil encontrar leitores por aí. Mais ainda, leitores que curtam o mesmo gênero que a gente. Mais ainda, leitores que estão lendo o mesmo livro que a gente. 27 Mais ainda, leitores que terminaram o mesmo livro que a gente e que poderiam nos encontrar para um café. Mais ainda, mais ainda: as possibilidades de que algo não dê certo são sempre maiores. Por isso, celebramos 28 quando dá certo.

Esta é um história que deu certo.

* * *

Tia Evanderly se aposentou e, entediada, resolveu visitar-nos em Curitiba. 29 Ela gostava de ler quando era mais jovem.

Eu não lembro direito como aconteceu. 30 Eu só sei que a leitura de Garota Exemplar 31, de Gillian Flynn, tinha me empolgado bastante e eu estava numa fase de recomendar o romance pra todo mundo. Indiquei-o para a minha tia e fui dormir cedo. Quando acordei no meio da noite e fui beber água, vi que a luz do quarto de hóspedes estava acesa: três horas da matina e ela ainda estava acordada, lendo. No outro dia, bastou uma sentada para chegar ao final.

Eu me surpreendi com alguém da minha família lendo algo por indicação minha. E ela se surpreendeu por não ter perdido o pique na hora de ler. Nos surpreendemos juntos, comentando o livro no meio do almoço e do jantar.

No dia seguinte, indiquei Quarto 32, de Emma Donoghue, outro livro que, quanto menos se diz a respeito, melhor. Ela devorou. Indiquei O sentido de um fim 33, de Julian Barnes, porque era fininho e todo mundo falava bem. Li na Bernadette 34 enquanto ela lia o meu exemplar impresso, só para poder comentar o livro no final. Foi na metade de A culpa é das estrelas 35, de John Green, que chegou a hora de ela voltar para Recife.

Fiz então o que tinha que fazer. Emprestei o livro de Green, além do Liberdade 36, de Jonathan Franzen, e do A visita cruel do tempo 37, de Jennifer Egan. Passei numa livraria e escolhi o livro com o título mais significativo que encontrei: Adeus, por enquanto 38, de Laurie Frankel, porque nossas despedidas nunca são definitivas. Dei-o de presente a ela.

Desde então passei a analisar os livros que leio segundo mais um critério: será que tia Evanderly vai gostar desse? Da outra vez que ela veio nos visitar, eu tinha uma pilha separada para sua fruição. Ela escolheu apenas Cadê você, Bernadette? 39, de Maria Semple, A máquina de Goldberg 40, de Vanessa Barbara, e A máquina 41, de Adriana Falcão, pois dessa vez estava decidida a fazer maratonas de Walking Dead madrugada adentro, com o meu irmão e eu. Afinal, literatura não é tudo.

Quando fui a Recife, levei meu Noites de alface 42, também da Vanessa Barbara, e peguei emprestado A arte de ouvir o coração 43, de Jan-Philipp Sendker. E assim a história continua.

* * *

Há uma moral para a história? Creio que não. 44

Não sou da Igreja do Livro Transformador, apesar de acreditar que muito do que sou se deva às minhas leituras. Não acredito na supremacia da literatura em relação às outras artes, apesar de concordar com a minha tia quando diz que o tipo de convivência com personagens que temos por meio dos livros faz com que aceitemos mais facilmente um final triste ou em aberto. Não restrinjo minhas amizades e meus amores a pessoas que gostam de ler, apesar disso sempre dar uns pontinhos a mais na avaliação feita pelo meu coração.

Só queria compartilhar um suspiro feliz por as coisas terem dado certo e agora eu ter mais uma amiga com quem posso comentar algo de que gosto tanto.

* * *

Três indicações de livros para pessoas que há algum tempo não leem nada legal:

* Garota Exemplar, de Gillian Flynn 45
* Noites de alface, de Vanessa Barbara 46
* Da arte das armadilhas, de Ana Martins Marques 47

  1. Ok, você já sabia disso se leu “Amor ou: E apôi?“, uma das partes do meu texto de estreia no Posfácio.
  2. E raramente me sinto ingênuo por fazê-lo: ontem mesmo, no horário em que deveria estar escrevendo esta coluna, fui jantar com alguns amigos queridos. E a noite em questão entraria facilmente num Top 5 Jantinhas legais do ano.
  3. Top 3 Grandes autoras que vale muito a pena conhecer: Elvira Vigna (procure Nada a dizer), Ali Smith (procure Hotel Mundo), Lydia Davis (procure Tipos de perturbação).
  4. Top 10 Decepções (sim, eu provavelmente li coisas piores – nem todos sabem, mas li Cinquenta tons de cinza este ano – mas na lista constam os livros de que esperava mais, por conta de resenhas, indicações de amigos, reputação do autor ou hype criado na festa literária): Rua da padaria, de Bruna Beber; Golegolegolegolegah!, de Márcio Renato dos Santos; É duro ser cabra na Etiópia, editado por Maitê Proença; Sua voz dentro de mim, de Emma Forrest; A probabilidade estatística do amor à primeira vista, de Jennifer E. Smith; A peculiar tristeza guardada num bolo de limão, de Aimee Bender; Divergente, de Veronica Roth; Cama, de David Whitehouse; Eu me chamo Antônio, de Pedro Gabriel; A extraordinária tristeza do leopardo-das-neves, de Joca Reiners Terron.
  5. Top 10 Surpresas: A idade dos milagres, de Karen Thompson-Walker; O compositor está morto, de Lemony Snicket (ok, esse parece trapaça, mas é que eu gostei absurdamente deste, muito mais do que esperava gostar de um livro infantil do autor); A professora de abstinência, de Tom Perrotta; Amanhã você vai entender, de Rebecca Stead; O circo da noite, de Erin Morgenstern; Como ser mulher, de Caitlin Moran; Adeus, por enquanto, de Laurie Frankel; Sérgio Y. vai à América, de Alexandre Vidal Porto; Sonho de uma noite de verão, de Adriana Falcão (mesmo caso do Snicket, com o agravante de que tinham me falado MUITO mal do livro); Como dizer adeus em robô, de Natalie Standiford.
  6. Top 10 Divertidos: Quatro soldados, de Samir Machado de Machado; Noites de alface, de Vanessa Barbara; Nu, de botas, de Antonio Prata; Cadê você, Bernadette?, de Maria Semple; A delicadeza, de David Foenkinos; Garota Exemplar, de Gillian Flynn; A espuma dos dias, de Boris Vian; Psicose, de Robert Bloch; Will & Will, de John Green & David Levithan; Fingidores, de Rodrigo Rosp.
  7. Como a lista ficaria com um número grande e esquisito, não a faço.
  8. Top 5 Poesia: Toda poesia, de Paulo Leminski; Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas; A fila sem fim dos demônios descontentes, de Bruna Beber; Da arte das armadilhas, de Ana Martins Marques; Sentimental, de Eucanaã Ferraz.
  9. Top 5 Não Ficção: A trilogia da margem, de Suzy Lee; Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst, de Cristiano Diniz (org.); Alta ajuda, de Francisco Bosco; Bling Ring – A gangue de Hollywood, de Nancy Jo Sales; Longe da árvore, de Andrew Solomon (menção honrosa: Ficando longe do fato de já estar meio longe de tudo, de David Foster Wallace).
  10. Top 10 Jovem adulto: Garotos malditos, de Santiago Nazarian; Nick & Norah’s Infinite Playlist, de David Levithan; Todo dia, de David Levithan; Will & Will, de John Green & David Levithan; Naomi and Eli’s No Kiss List, de David Levithan; Uma garrafa no mar de Gaza, de Valérie Zenatti; Amanhã você vai entender, de Rebecca Stead; O histórico infame de Frankie Landau-Banks, de E. Lockhart; Quem é você, Alasca?, de John Green; O chamado do monstro, Patrick Ness.
  11. Top 5 Infantil: Meu amigo Jim, de Kitty Crowther; A grande questão, de Wolf Erlbruch; A bicicleta epiplética, de Edward Gorey; O Sr. Raposo Adora Livros, de Franziska Biermann; Abra este pequeno livro, de Jesse Klausmeier (menção honrosa: qualquer um da Trilogia da Margem, de Suzy Lee).
  12. Top 5 Contos: Vemos as coisas como somos, de Guilherme Smee; Copacabana Dreams, de Natércia Pontes; Histórias de Paris, de Mario Benedetti; Menina a caminho, de Raduan Nassar; Carnavália, de Gabriel Pardal.
  13. Top 5 HQ: Campo em branco, de Emilio Fraia & DW Ribatski; A máquina de Goldberg, de Vanessa Barbara & Fido Nesti; Vitória Valentina, de Elvira Vigna; Você é minha mãe?, de Alison Bechdel; Building Stories, de Chris Ware.
  14. Top 5 No Original: Nick & Norah’s Infinite Playlist, de David Levithan; Cloud Atlas, de David Mitchell; Eeeee Eee Eeee, de Tao Lin; Where’d you go, Bernadette?, de Maria Semple; Naomi and Ely’s No Kiss List, de David Levihan.
  15. Como a lista ficaria com um número grande e esquisito, não a faço².
  16. Top 5 Tolerância: Nick & Norah’s Infinite Playlist, de David Levithan; Uma garrafa no mar de Gaza, de Valérie Zenatti; Quatro soldados, de Samir Machado de Machado; Extraordinário, de R.J. Palácio; 13 palavras, de Lemony Snicket (hors concours: Cloud Atlas, de David Mitchell)
  17. Top 10 Livros pela metade, ainda que muito amados: Ghostwritten, de David Mitchell; Conversas com escritores, de Ramona Koval; Black Swan Green, de David Mitchell; Longe da árvore, de Andrew Solomon; Guerra Mundial Z, de Max Brooks; O encantador, de Lila Azam Zanganeh; Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst, de Cristiano Diniz (org.); HHhH, de Laurent Binet; Superdeuses, de Grant Morrisson; Alta fidelidade, de Nick Hornby
  18. Top 3 Fora dos livros: Veja poesia, de Ingrid Coelho; Canibal Vegetariano, de Gabriel Pardal; Seleta de Legumes, de Vanessa Barbara, (menção honrosa: Antonio Prata, sempre).
  19. Top 5 Apresentações musicais catárticas: Marisa Monte; Clarice Falcão; Arnaldo Antunes; {Sí}monami; Cão Baleia.
  20. Top 3 Filmes no IMAX: Homem de aço; Gravidade; o segundo Thor.
  21. Top 3 Filmes pernambucanos: O som ao redor, pra mostrar que o ano começou de verdade; A máquina – o amor é o combustível, que revejo sempre que posso; e Tatuagem, pra fechar bem 2013.
  22. Top 3 Filmes jogados no HD: Mr. Nobody; Medianeras; Weekend.
  23. Top 3 “Depois disso eu consigo fazer o que tenho de fazer”: ir para a Flip; ver todas as temporadas de Breaking Bad e Walkind Dead; escrever um longo texto sobre o amor.
  24. Top 3 Resoluções de ano novo esquecidas (mas substituídas por outras, equivalentes): ler Guerra e Paz (li Cloud Atlas); fazer aulas de circo – trapézio, em especial (treinei pesado com meu irmão na academia); escrever um romance (publiquei um conto).
  25. Abreviação para: reminiscência “da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais”.
  26. Hoje estou para as aspas, hein? Sempre bom lembrar que o que está entre elas não são citações diretas, mas impressões. Impressões que não foram tiradas do nada: recentemente fiz um curso de editoração e a resposta certa para uma das questões avaliativas era “preparadores de originais não gostam de ler no seu tempo livre”; além disso, trabalhei em uma editora há alguns anos como preparador de originais e até me desligar da empresa as pessoas ainda ficavam surpresas que eu gastasse o meu horário de almoço… lendo!
  27. Dá para entender o apelo dos livros mais vendidos. De que adianta ler aquele livro divertidíssimo, se não tem com quem comentar?
  28. Mesmo que, quase sempre, o “Iupi!” e o pulinho sejam apenas expressos internamente.
  29. Ela é a minha tia-quase-mãe que já apareceu em pelo menos dois outros textos meus.
  30. Um alerta: os títulos que citar virão acompanhados de notas de rodapé com breves comentários – meus e dela – sobre os livros em questão. Se não tiver lido os livros em questão, cuidado com os spoilers. (Tia, brigado por ter aceitado colaborar na coluna do teu sobrinho louco das ideias.
  31. Ela: “Essa Amy é uma pestinha, hein? Além disso, é espertíssima e fez o que muita mulher gostaria de fazer (mas não conseguiria de um jeito tão inteligente).” Eu: o que tinha para falar, disse na resenha.
  32. Ela: “Chocante, emocionante, suspense puro. Como um lugar pode ser um paraíso para Jack e uma prisão terrível para sua mãe? A vontade que dá é de decapitar o velho Nick.” Eu: achava que era um livro de ficção científica até que… WTF?
  33. Ela: “Impressionante como a perspectiva que temos da vida, das coisas que vivemos na juventude, muda totalmente com a maturidade. Interessante é que a gente vive isso mas quando lê um livro desses é que entende melhor.” Eu: queria ter lido na época em que todo mundo tava lendo, só para discutir o final.
  34. Nome do meu kindle.
  35. Ela: “Na realidade, não é culpa de ninguém, mas do fatalismo da vida. Será que é isso mesmo? Nem sei.” Eu: que livro!
  36. Ela: “Não concluí. Pura preguiça minha.” Eu: gostei bastante na época do lançamento.
  37. Ela: “Os nossos planos para as nossas vidas, feitos quando jovens, são tão mudados pelo tempo… Isso não é muito fácil de aceitar, né?” Eu: que livro!
  38. Ela: “Meu predileto! Talvez porque eu bem que queria ter esse programa (o RePose) para me comunicar com as pessoas que já partiram. E também porque o final, apesar de improvável e triste, me conquistou.” Eu: coloquei o livro na minha lista de surpresas do ano com razão; li num momento difícil, em especial para esse tipo de leitura, mas fiquei feliz de tê-lo feito.
  39. Ela: “Acho que é um livro bem “feminino”, A visão que Bernadette Fox tem das pessoas com que convive é incrível. E como ela apronta em toda a estória, né? O livro nos prende, não tem como não gostar dele.” Eu: Bernadette é minha musa.
  40. Ela: “A vingança do Getúlio lava a alma de quem lê o livro. Acho que tô precisando de uma gerigonça dessas pra mim. Hahahaha.” Eu: além de ter gostado tanto a ponto de resenhar quilometricamente a HQ, adorei ter piadinhas internas com a minha tia, usando certa frase do Getúlio – “Agora você tem dois!”, para ser exato.
  41. Ela: “Acho que o interessante é ser uma estória de ficção científica num cenário nordestino, pobre, humilde e sem perspectivas de um bom futuro.” Eu: bah, esse é apenas o livro que mais reli desde que me entendo por gente.
  42. Ela: “Não concluí, mas pretendo – quando chegar aí em Curitiba.” Eu: <3
  43. Ela: “O começo é meio parado, mas depois melhora.” Eu: não gostei, mas o importante é que ela tenha gostado.
  44. Além de, claro, ter vontade de gritar “Chupa!” para a mocinha de Letras que fez um seminário sobre como a fruição da leitura não tem nada a ver com a formação de leitores. Francamente, viu?
  45. Minha tia adorou, vai que você também gosta…
  46. Minha tia enviou o meu exemplar de volta pelo meu pai e… ele começou a ler durante a viagem! E tava gostando! Um livro que seu pai gosta é algo que não tem preço.
  47. Estava lendo esse no ônibus, ao lado da minha mãe. Mostrei um poema para ela, que o achou mais ou menos. Do nada, comecei a pensar mais profundamente, com ela, sobre o poema e, no final, creio que ambos tivemos uma experiência satisfatória. E o poema do relógio é de chorar de tão bom.