O fim de semana das eleições municipais também foi o fim de semana do Cinema. Muitos foram votar e depois correram para os cinemas, que, como desde o início desse Festival, felizmente, mantém salas lotadas.

O FIM DE SEMANA DOS DOCUMENTÁRIOS

SÁBADO, 6 DE OUTUBRO

Às 14hs30: Gangue das Mulheres, de Stéphanie Lamorré

Documentário francês que acompanha o cotidiano de mulheres do crime em Los Angeles, Estados Unidos. “Segundos dados do FBI, há hoje em L.A. 40 mil membros de gangues, dos quais 10% são mulheres” – enquanto trabalhando nas ruas da cidade, também relatam seus sonhos mostrando sua triste realidade. Um lado dos EUA que raramente temos a oportunidade de conhecer.

Às 16hs45: Aqui Afogamos os Argelinos, de Yasmina Adi

O triste documentário da francesa Yasmina desenterra um esquecido episódio histórico quando, em Paris, os argelinos eram submetidos ao toque de recolher. Ao protestarem contra o ato, a ação truculenta da polícia provocou milhares de desaparecidos, muitos jogados no rio Sena, além de deportar centenas de pessoas. Seguida à sessão, tivemos um importante debate com a diretora e o professor de antropologia da UFF, Paulo Pinto, que situou historicamente os eventos narrados no documentário. Um episódio desconhecido, que certamente merece ser estudado mais a fundo – e o filme de Yasmina é o primeiro passo nesse estudo.

DOMINGO, 7 DE OUTUBRO

Às 18hs20: Roman Polanski: Memórias, de Laurent Bouzereau

Polanski carrega um estigma, uma sequência de crimes e tragédias que marcaram sua vida e imagem. Testemunha do Holocausto, acusado de abuso sexual, além de ter perdido a mulher (grávida), assassinada num terrível crime que marcou Hollywood. Tantos episódios marcantes transformaram o diretor em uma das figuras mais interessantes para a mídia sensacionalista, que nem sempre agiu com a honestidade que lhe deve caber. Esse documentário, dirigido por um de seus amigos mais próximos, é um dos primeiros projetos a dar contornos humanos e favoráveis a Polanski. Feito como uma conversa com um amigo, é o próprio diretor quem dá as versões dos fatos, tocando em todos os temas espinhosos, justificando ações e chorando ao relembrar a infância na Polônia ocupada. Certamente o filme nos trás uma nova impressão dessa figura polêmica, mas inegavelmente, um excelente diretor.

E no Rio também tem Cinema na praia. Em Copacabana, um grande telão na areia tem passado filmes da mostra “Itinerários Únicos”, oportunidades raras de ver filmes que passarão apenas uma vez. Entre eles, Dr. No, o primeiro filme de James Bond, na data em que o agente britânico completou 50 anos. O destaque dessa mostra é o primeiro filme de Alfred Hitchcok, The Pleasure Garden, de 1925, filme mudo, exibido com acompanhamento de orquestra.