Eu não fui ao Lollapalooza

Pois é. Sei que é um festival importante, que havia nomes importantes. Mas eu não fui. Falta tempo, dinheiro e paciência. Dormi no chão nos dois últimos festivais que compareci (Rock in Rio e Planeta Terra), então achei que não seria um dinheiro muito bem empregado. E convenhamos que já assisti a praticamente todos os shows que havia por lá – desde os atrasadinhos do Queens of The Stone Age no SWU 2010 até seis espetáculos consecutivos do Criolo logo que ele lançou o “Nó na Orelha”. E, como dizem, figurinha repetida não completa álbum – algo que os festivais estão longe de entender (e quem nunca comprou o álbum do Campeonato Brasileiro também).

Mas a Lola foi! É uma amiga e produtora do Sul que se hospedou por aqui. No fim, acompanhei toda a saga, desde as botas (previsivelmente) cheias de barro – só quem já viu show no Jockey sabe a dor e o prazer de voltar para casa cheio de lama – até a vontade quase incontrolável de estar no pós-Lolla que rolou no Bar Secreto com discotecagem do Kapranos (Franz Ferdinand) – o preço não é lá muito acessível, ela preferiu o sono.

Nas palavras dela, o “Queens não foi tudo que se esperava, o Black Keys foi legal e este foi o terceiro show na vida do Franz Ferdinand – mas sempre muito bom”. Balanço positivo, principalmente para quem veio de longe para o evento. A questão é: não fui ao Lolla, não me empolguei com as atrações do Rock in Rio e não aguardo ansiosamente para saber do restante do ano. Será que estou ficando velha ou o line-up que está?

Eu gostei de ver os Strokes no Planeta Terra, gostaria de ter assistido ao Pearl Jam e até cheguei a soltar minha veia não muito moderna quando soube do Bon Jovi por aqui. Mas a ideia desses eventos não é mostrar o que de mais novo e legal está rolando na música? Será que o mais legal ficou mesmo tão velho? Não é uma pergunta retórica, é somente uma pergunta. Estou realmente refletindo sobre ela e pesquisando, pesquisando, pesquisando.

O Black Keys e o Foals, na minha humilde opinião, foram acertos desta edição. Discorde sem medo. Em relação ao Rock in Rio, estou até agora pedindo a Deus que o Ivan Lins que está escrito lá seja uma banda maluca da Polinésia, ou algo assim, e acho que gostei mesmo foi do sapateado irlandês anunciado na programação. Não é uma crítica propriamente dita, só uma reflexão.

Noto que o trabalho das pessoas – de Van Gogh a Elis Regina – só começa a gerar interesse e, consequentemente, receita, após a morte dos artistas. Isso me intriga, já que sinto na música o culto aos mortos-vivos – aqueles que foram, não são mais, mas sempre estão.

Então, pergunto: tem um bom e novo nome que você gostaria de ver nos próximos festivais? Conta para gente!