Quais são os melhores momentos para ler? Quando o cair da noite nos seduz a folhear as páginas repletas de aventuras, romances, esoterismo, ajuda, suspense e tantos outros gêneros.Ou talvez quando nos sentimos excitados em conhecer novos mundos, línguas, pessoas, personagens. Mas antes de ter um momento certo para ler, temos que criar um hábito e uma vontade de ler.
Pessoas têm diferentes motivos para começarem a ler, em muitos dos casos a obrigação escolar é o principal aval para adentrar no mundo da literatura. Entre muitas pessoas esse negócio de obrigatoriedade acaba tornando a leitura desagradável, desgastante e impertinente. O importante, de certa forma, é que os livros indicados sirvam de estímulo para a procura de outros e assim por diante, mas como é possível cativar uma sala de diferentes crianças (ou adolescentes) que têm interesses diferentes sobre a vida, o universo e tudo o mais? Elas podem até seguir um padrão: escola, brincar, almoçar, fazer dever de casa, brincar e assistir TV. Mas o que diferencia uma das outras é sua personalidade; enquanto umas soltam papagaio, as outras preferem Winning Eleven, outras esconde-esconde. Dessa forma poderíamos indicar livros diferentes para cada aluno? Saber o que os cativaria e assim conseguir criar um hábito de leitura? Muitos psicólogos estariam a disposição para uma análise.
Em minha visão de mundo, acho que a literatura entra em nossas vidas como forma de curiosidade, às vezes vendo um programa de televisão que fala de algum personagem famoso ou mesmo vendo nossos pais lendo. Em certa ocasião um professor meu, formado em história e mestrando em psicanálise, me disse que a criança procura imitar os pais para criar um vínculo. O filho que gosta de ver carros, a menina que quer saber o tempero (isso com uma visão bem antiquada das coisas), etc. Muitas vezes isso não se aplica às leituras, afinal muitos filhos gostam de ir ao caminho oposto aos dos pais e isso acaba criando uma distância de pensamento, o que é bom para certos embates familiares e, também, ruim por não partilharem de algo em comum. Claro que vou longe com esse tipo de observação, tanto a de analisar crianças quanto a de eles terem uma inspiração como incentivo.
Pulemos então as crianças e vamos para o adolescente pós-vestibular que leu (ou não) os livros obrigatórios. Desejando que o sertão exploda, que o Basilio se ferre, mas também não sabendo bem se Capitu é traidora ou não. Quando conhecemos o mundo pós-colégio, vemos que há muito mais além de nossos televisores e nossos amigos. Começamos a perceber que o mundo da literatura interage com o nosso e muitas vezes é o principal pilar para uma conversa, para um estudo e muitas coisas mais. Isto é, quando chegamos ao ponto de nossa vida onde podemos fazer o que gostaríamos (leia: faculdade) batemos de frente com os livros obrigatórios e nesses livros são citados outros e outros. Conhecimento se torna um vício ou uma aversão. Por aí poderemos criar a paixão pela leitura ou a total vontade de acelerar o tempo, procurar resumos e esquecer de vez essa vida de páginas.
Muitas pessoas já me disseram que lêem com mais prazer e fervor quando estão tristes, quando os personagens e suas histórias parecem preencher algo que falta, ensina algo que falta, mostrando uma situação parecida àquela que estão passando. Porém outras não pegam o hábito, sequer chegam perto de um livro e acabam por não conhecer diversos personagens que são referências na cultura pop de hoje em dia (com citações em diversos filmes, músicas, seriados que até servem de estímulos ao conhecimento).
Lendo e relendo, e como minha amiga Anica sempre diz, existe um tempo certo para lermos determinados livros, algumas vezes não estamos preparados para encarar os Karas, mas podemos fazer uma visita no sítio do pica-pau, aquele amarelo mesmo. Até mesmo pulamos essa fase de aventuras juvenis para brincar e nos deparamos com sentimentos mais certos, ou incertos, como Werther, Tristessa e tantos outros que parecem ser espelho de nossa fase de confusão – de dúvidas. Para aprendermos através de personagens queridos com os quais podemos nos aconchegar. Não são apenas momentos certos para leitura, para afundar em um mundo de letras e páginas que quando desinteressantes parecem inacabáveis, mas também temos que ser as pessoas certas para os personagens que queremos conhecer.
Wow! Belo texto! Parabéns, Pips! =*
Interessante, cheio de verdades, ficção, paixão e nostalgia.
Se não fóssemos obrigados a ler será que leríamos mais? ou não?, também nunca gostei da imposição de livros, mas tb não sei isso foi bom ou mal ( com U ou com L ? )
Bem X Mal
Bom X Mau
George Lucas sempre confundiu e para não errar colocou Darth Maul :dente:
Darth Maul HUAHAUAHUAHAUHAUAHAU
Bueno.
Via Hellfire, cá estou.
Antes de qualquer coisa, parabéns pelo espaço.
Comecemos, então.
O importante é ler. Acho fundamental, independente de qual seja o caminho, o objetivo ou o que quer que seja. Principalmente pela já citada “rede” que criamos a partir da leitura (aquele lance de um texto levar a outro e blá, blá, bla…).
Quando criança (entendam algo em torno de 7 a 12 anos), eu lia bastante. Inclusive, acho que o livro que mais vezes li foi “O Menino Maluquinho”, do Ziraldo. Na pré-adolescência (?), Coleção Vagalume e Série Enrola-Desenrola. Quando fui obrigado a ler, o que aconteceu após essa fase), perdi o interesse. Não sei se foi só essa obrigação de ler que me fez perder o interesse. Talvez eu também achasse bonito os coleguinhas se revoltarem pelo fato de serem obrigados a ler e fui no embalo. Enfim.
Acabei escolhendo a faculdade de Letras e, com ela, leitura virou paixão. Mais que isso, a leitura virou paixão e trabalho. Consegui juntar o dever e o prazer.
Mas enfim. Mesmo que esse textinho não tenha muito nexo, só queria dizer que ler é importante/fundamental e relatar minha experiência com a leitura.
Té mais.
Leandrão, relatou bem. Penso que, talvez, ler não seja um prazer para todos. Não fico de mal com essa possibilidade. Há pessoas que são mais auditivas. Podem não ler, mas escutam com uma atenção rara. Por isso a comunicação através de rádio continua bombando quando muitos esperavam visitar sua tumba. É preciso lembrar que mesmo hoje, com e-mails grátis e o preço da telefonia altíssimo, a arrecadação de todas as operadoras de telefonia continua batendo records. Eu leio toda hora em qualquer hora. O motivo que me levou a adorar ler? O que havia ao meu redor não me agradava muito. Ler aumenta minha tolerância, encanta os meus sentidos e ajuda a encontrar meios para elaborar as mudanças que considero necessárias.
Boa, kuinzytao….
Acho que você tocou num ponto fundamental..
“talvez,ler não seja um prazer para todos”, o que entra em relação com a parte “que têm interesses diferentes sobre a vida, o universo e tudo o mais?” do texto da Pips….
Tá bom que achamos a leitura prazerosa, orgasmática e etc. Mas nem todos pensam assim. Ler é sim um saco pra muita gente, assim como assistir futebol para algumas, corrida de fórmula indy (é assim que escreve?) para outras e diversas outras coisas. Bueno, isso mostra que, graças a seja-lá-quem-for, somos diferentes! Isso porém não significa que a literatura seja um estorvo nas escolas (Seguinte, ninguém falou isso aqui, mas eu adoro mudar o rumo das discussões para um assunto do qual eu esteja afins de falar…. :P)
Como uma boa parte dos alunos que têm que ler durante a formação escolar primária e secundária não gosta de ler, o professor de literatura fica com aquela missão algo poética de que “deve fazer os alunos gostarem de ler”. Desculpe, mas essa não é a “missão” do professor de literatura.
Que me perdoem os químicos, mas sempre achei química um saco. Porém, não tive escapatória. Tive que “aprender” química. Entonces, acredito que seja essa a missão principal de um professor. Se os alunos não gostam de literatura, acham que isso é um saco, azar o deles. Tem que saber sim. Óbeveu que existem maneiras e maneiras de se fazer isso, e se o professor consegue fazer isso de uma forma que literatura pareça “legal”, beleza! Maravilha! Acredito que seja o ideal. Mas o que me incomoda é esse papinho de que o professor de literatura TEM que fazer os alunos acharem literatura/leitura orgasmática e prazerosa. Me parece uma espécie de poetização – num sentido meio que metafísico – do trabalho… e isso me irrita. (inscrusive, como estou em fase de arrecadar leitores para o meu blog, tem um texto lá que fala disso….)
No fim, cá estou eu novamente mudando o rumo da discussão e falando sobre o que eu quero falar… Algo egocêntrico, mas td bem.
Desculpas e té mais…..
Instigar a curiosidade dos alunos, para mim, deveria ser uma habilidade de qualquer professor. A universidade deveria preparar o professor também nessa área. Infelizmente, se aprende apanhando.
Tive um professor que encenava as obras literarias. Sem contar que adaptava algumas palavras para o vocabulário atual. A aula ficava divertida, as obras também e isso instigava os alunos a lerem os livros, pelo menos os de vestibular.
Aliás, ele foi convidado a fazer mestrado no Texas e dar aula por lá, devido seu método.
Belo texto!!!
=]
A curiosidade em busca de coisas novas me fez entrar no mundo dos livros, mas também não posso tirar os créditos dos meus pais os quais sempre estavam com um livro-jornal-revista na mão, disso eles discutiam e tinham boas conversas…é claro que eu metida fui me metendo no meio hehehe