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Poucos filmes são tão representativos ao ponto de ganhar o status de memoráveis, porque para se alcançar tal posição, a obra precisa ser um emblema para quem a vê. Falar sobre os adolescente é sempre um bom caminho para se tentar a façanha, pois ser adolescente é estar em plena transição das duas realidades as quais somos condicionados a viver: juventude e velhice. Para exemplificar essa dificuldade de se atingir o universo adolescente, posso citar o filme de nome The Breackfast Club (Clube dos Cinco), que soube transpor de uma forma clara e bonita todos os sentimentos e pensamentos contidos dentro da mente de um ser humano que ainda não é considerado adulto e já deixou de ser visto como uma criança.

O filme começa com um questionamento invisível sobre o que aconteceria se uníssemos cinco jovens de diferentes “tribos” dentro do colégio num sábado de detenção, onde eles ficariam presos na biblioteca confeccionando uma redação cujo tema é: o que achamos que somos.

Aos poucos os cinco estereótipos vão ficando mais claros para o espectador. Uma patricinha, um esportista, um nerd, uma freak (estranha) e um rebelde, são apresentados das formas mais clássicas possíveis. Delimitados por vestimentas, comportamento, comunicação e até mesmo a maneira como se colocam de frente ao superior, que no caso é vivido pelo diretor rancoroso e punitivo que tem como função representar a visão adulta, eles vão construindo textos e linhas de pensamentos que reúnem de uma forma concisa o que é ser adolescente ou o que é estar na condição de adolescente.

A sinceridade e crueza usadas para abordar assuntos como violência domestica, virgindade, drogas ou a simples intolerância dos pais, são as ferramentas que provocam a aproximação e o reconhecimento do espectador com as personagens. Vendo o filme, questionamentos semelhantes aos apresentados começam a nascer e vão gerando um sentimento de compreensão do problema. O maior responsável por esses processo de indagação coletiva é o jovem rebelde que vai confrontando os colegas de detenção expondo sua visão sobre eles de uma forma pouco ortodoxa. De pouco em pouco eles vão se unindo numa cúpula cujo principal objetivo é exorcizar os problemas pessoais e coletivos. Risadas, choro e um sentimento de amizade vai nascendo aos poucos até o momento em que os próprios se perguntam o que será daquela amizade quando a situação em que se encontram acabar e na segunda-feira tiverem que passar uns pelos outros nos corredores da escola. No final tudo é resolvido da melhor maneira possível, já que da compreensão dos problemas e dificuldade coletivas nasce um sentimento de carinho que fica como marca de um final em que se pode apenas perguntar “aonde essa reflexão vai levá-los”?

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Não sei dizer ao certo o que o autor do roteiro queria mostrar com o filme, porque há momentos em que a obra pode ser justifica como uma visão real dos jovens da década de 80, como pode ser apenas uma forma de fazer com que as pessoas já “crescidas” reflitam sobre suas atitudes em relação aos atuais adolescentes. Porém no fundo, a intenção de The Breakfast club é o menor dos problemas, porque o filme consegue dobrar uma esquina que era fechada em sua época, mostrar as duas partes, jovens e adultos, que elas um dia estavam ou estarão em situações opostas, o que coloca essa obra de arte no hall das memoráveis.

Ficha técnica do filme:
Título no Brasil:  Clube dos Cinco
Título Original:  The Breakfast Club
País de Origem:  EUA
Gênero:  Drama
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento:  1985
Estúdio/Distrib.:  Universal Home Video
Direção:  John Hughes
Elenco: Emilio Estevez, Paul Gleason, Anthony Michael Hall, John Kapelos, Judd Nelson, Molly Ringwald, Ally Sheedy, Perry Crawford, Mary Christian, Ron Dean, Tim Gamble, Fran Gargano, Mercedes Hall, John Hughes.

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