Nesta sexta-feira estreia Alice no País das Maravilhas de Tim Burton e explicamos porque a história fez tanto sucesso sendo adaptada diversas vezes para o cinema (tanto em live action como em desenho).

O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurdo característica dos sonhos.

Anica: Se você é um daqueles que torcem o nariz ao ouvir falar de literatura infanto-juvenil, achando que é tudo meio bobo e sem qualquer desafio, deveria conhecer Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho de Lewis Caroll. Ali você pode encontrar de tudo: jogos de palavras muito bem elaborados, referências à poetas brilhantes como T. S. Eliot (Four Quartets e a ideia de ‘tempo presente’), além, é claro, de momentos que talvez só mesmo adultos vão conseguir captar (como quando o Chapeleiro Louco e Alice conversam como lidar com o tempo). É um livro tão importante que já influenciou até vários músicos, de Júpiter Maçã (Freaking Alice) até Jefferson Airplane (White Rabbit).

Liv: Pop, excêntrico e encantador. Isso tudo e muito mais. Alice, o Chapeleiro, a Rainha e o mundo de Lewis Caroll de uma forma completa nos encanta e acaba entran naquela classe de livros atemporais. Não importa que seja literatura infanto-juvenil ou que tenha um coelho louco correndo para todos os lados, você o adora da mesma forma. Por que é extremamente bem escrito e agrada gregos, troianos, quem torce o nariz para histórias infanto-juvenis e principalmente, os fãs de uma boa leitura.

Pips: Alice no País das Maravilhas não é um livro. É um jogo, um desafio a mente – cheio de enigmas de raciocinio rápido, quebra-cabeças, lógica, matemática etc. Mescla personagens inesqueciveis (o gato Cheshire, o chapeleiro maluco, a rainha de copas, etc.) em situações que retratam coisas do cotidiano de maneira fantástica (muitos consideram a história de Alice numa alegoria sobre a adolescência: as mudanças no tamanho, nas idéias e nas dúvidas, em dado momento, a própria Alice diz não saber quem é). O texto ainda aborda temas filosóficos atemporais (como O Tempo, juro que não foi trocadilho). Mas não se engane ao chegar ao fim do País das Maravilhas, Carroll como bom samaritano, ainda presentiou seus leitores com Alice Do Outro Lado do Espelho, uma continuação tão pertinente quanto poética das aventuras de Alice. E antes que eu me esqueça: Feliz Desaniversário!

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