Hervé Bourhis, autor de histórias em quadrinhos, nasceu em Touraine em 1974 e mora em Bordeaux (França). Apesar de ser mais conhecido pelo Pequeno Livro do Rock, ele atua como roteirista e ilustrador de quadrinhos desde 2002, e é autor de vários álbuns, a maior parte dedicada ao público jovem, revisitando heróis da Marvel e, com Rudy Spiessert, a Guerra nas Estrelas com a obra “Naguère les étoiles”.  Hervé Bourhis recebeu em 2002 o Prêmio Goscinny pelo álbum Thomas ou le retour du Tabou,  e em 2010 o prêmio Jacques Lob pelo conjunto de sua obra.

 

Além do Pequeno Livro do Rock e do Pequeno Livro dos Beatles, traduzidos para o português e editados pela Conrad, Hervé é autor e/ou roteirista de: Le Petit livre de la cinquième République (nov. 2011), Le Stéréo club ( 2004-2009) pela Editora Dargaud; Comix remix (2005-2007), Un enterrement de vie de jeune fille (2008), Piscine Molitor (2009), Hélas (2010), Ingmar (4 tomes) 2006-2010 pela editora Dupuis; La main verte (2009) e Apelle-moi Ferdinand (2009) pela editora Futuropolis; Naguère les étoiles (2010-2011) pela editora Delcourt e Thomas ou le retour du Tabou (2002) pela editora Les Humanoïdes Associés.

 

Super carismático e falante, Hervé concedeu esta entrevista ao nosso colaborador Tuca durante a Gibicon de Curitiba, antes e depois de sua sessão de dedicatórias, e respondeu não 10, mas ONZE perguntas e meia. Segue a conversa,  Os créditos de tradução são de Kika, e Tuca.
1. Você já tinha vindo ao Brasil?

Sim, mas não antes do “Pequeno Livro”. Eu vim pela primeira vez em dezembro do ano passado, para São Paulo, para um evento que se chamava, eu acho, “ As 24 horas de Cultura”, na Livraria Cultura. Eu vim participar de um debate, uma discussão como aqui (Gibicon), e também autógrafos, enfim. Eu fiquei apenas 3 dias, logo muito pouco tempo para… eu sei lá… Eu pude visitar um pouco São Paulo, porque tenho uma amiga que mora lá, a tradutora do “Pequeno Livro do Rock”, e que me levou para visitar os jornalistas em São Paulo e me fez conhecer um pouco a cidade. Mas eu queria voltar, logo estou contente de ter vindo, e de conhecer uma nova cidade.

2. O que você achou de Curitiba?

Então, eu não vi grande coisa aqui. Eu acabei de voltar do Museu Oscar Niemeyer, ele é muito bonito, e de um arquiteto de quem eu gosto bastante e faz muito tempo, logo eu fiquei feliz de conhecer este museu. Eu achei a cidade bonita, e me parece mais calma que São Paulo (risos)… Menos louca. Mas bom, eu cheguei há 24 horas, logo estou aqui há apenas um dia. Eu achei legal, mas eu não conheci bem. As pessoas são simpáticas e o festival é agradável.

3. Você fala no “Pequeno Livro do Rock” sobre a música Brasileira (Bossa Nova, Sepultura, Mutantes). Você já conhecia? Foi apenas para a edição brasileira?

Bom, na verdade eu não falei da música brasileira apenas para a versão brasileira, eu a escuto faz bastante tempo, não sou ainda um especialista, mas eu escutei bastante Bossa Nova por um período e depois eu conheci o movimento Tropicalista, com Mutantes e Caetano Veloso, e então, depois conheci grupos de que gostei bastante, como CSS, Sepultura… Eu quis falar disso (no livro) por que é um movimento forte do qual eu gosto bastante. Por outro lado, eu acho que foi porque eu falei disso que o editor brasileiro se interessou pelo livro. Ele gostava bastante de Rock, para início de conversa, mas quando viu que eu falei de música brasileira, ele se surpreendeu, isto o agradou.

4. E a música francesa, o Rock Francês. Será que você poderia nos indicar alguém?

Então, o Rock francês do jeito que está não é…. não é muito bom na verdade (risos). A França gosta mais de Jazz na verdade, ou de Hip Hop, música eletrônica, como Daft Punk ou então de Pop francês. O Rock, como tal, poderia dizer que nunca tivemos grupos verdadeiramente bons e que quisessem se tornar internacionais porque… bom, são franceses demais. Este é sempre um problema para o Rock Francês. Isso é apenas a minha opinião, hein? Vai ter gente que vai dizer o contrário, mas eu acho (faz cara de quem não curte muito). Por outro lado o Pop francês, principalmente nos anos 60, têm um monte de artistas ótimos, como Serge Gainsbourg, ou Jacques Dutronc, ou Michel Polnareff.

5. Quais são os materiais com os quais você prefere trabalhar?

Eu trabalho com pincel, pincel e nanquim, na verdade. Eu gosto bastante, para este tipo de livro, de desenhar diretamente com o pincel a partir de fotos – ou não, também. Mas sem lápis embaixo, para preparar o desenho. Eu pinto diretamente com o pincel, acho que não é a mesma coisa, é mais livre, espontâneo. Todos os desenhos que estão nos livros, na verdade são desenhos em papel A4 que são depois digitalizados e montados no Photoshop. As páginas (do livro) na verdade não existem, são desenhos e depois uma montagem.

6. Por que o Rock é um sujeito tão apaixonante para você?

Como assim? Não faço a mínima idéia (risos). Eu acho que há várias maneiras de falar de sua paixão. Ou se toma uma certa distância e se fala um pouco como um trabalho acadêmico, que pode ser bem objetivo, mas que serve a um certo meio, e eu acho que não funciona para o Rock, que não deve ser analisado como um outro sujeito acadêmico. Ele deve ser algo de espontâneo, justamente de entusiasta, logo eu queria que os leitores sentissem esse entusiasmo nos meus desenhos e no meu jeito de escrever. Eu não queria um livro morno. Como sou um apaixonado por isso, queria demonstrar minha paixão.

7. Você fala de “Alta Fidelidade” no seu livro. Você se inspirou em Nick Hornby?

Nick Hornby é um autor de quem gosto bastante.. AH SIM, por causa das listas (risos). Sim, para as listas sim. Mas para escrever, as pessoas que mais me influenciaram eu acho que foram Nick Tosches, um escritor americano que escreve sobre o Rock faz 40 anos e que possui um tom cotidiano, Lester Bangs que é um crítico de Rock… Esses são críticos de Rock que escrevem com grande qualidade literária…

8. Como foi trabalhar com um editor com idéias tão diferentes das suas?

Bom, ele conheceu o projeto em sua origem, então ele sabia que eu falaria do que eu curto e daria minha opinião. Ele me respeitou desde o início. Depois discutíamos, ríamos, não concordávamos em muita coisa, mas ele não me fez mudar nada.

9. Como você escolheu o formato do “Pequeno Livro do Rock” (e dos Beatles) – (eles foram originalmente publicados no tamannho exato de um LP 45 rotações)

No início ele sairia num formato romance, padrão. Eu tinha esta ideia, mas não ousava pedir, porque para o editor isso queria dizer um livro mais caro, pois não é um formato padrão, logo não falei nada, achei que seria impossível, faria subir o preço do livro também. E isso não é interessante para os leitores, já que quanto mais caro menos pessoas compram e isso não era interessante para mim também. Por isso eu não quis pedir, mas assim que comecei a primeira página, o diretor artístico da editora Dargaud me disse: “Então, você não gostaria de fazer num formato quadrado? Nós poderíamos fazer no formato de um 45 rotações.” Logo, acabou vindo da editora (a sugestão), eu não ousei pedir. E tem até o buraquinho! No início faríamos no formato do disco mesmo (redondo), mas aí sim ficaria caro demais.

10. Havia a intenção de se tornar internacional com esse livro?

Ah não, de jeito nenhum! Eu, antes de ter um editor, eu o propus para todo mundo, e ninguém quis. E eu o apresentei para pequenos editores independentes, para os grandes editores. E Dargaud – Dargaud é minha editora na França, é bem grande , uma das maiores da Europa – com quem eu já fiz alguns livros, mas a quem eu não ousava apresentar, porque sabia que diriam não! E finalmente, quando não encontrei ninguém que quisesse editá-lo, eu o enviei para a Dargaud, e eles me ligaram logo em seguida porque queriam editá-lo (risos). Este livro, no início, foi feito para mim. Eu nunca pensei que se tornaria internacional, nunca, nunca, nunca, nunca. E quando me disseram que sairia em outros países eu… No início foi na Europa, primeiro na Itália, em seguida na Alemanha e eu fiquei bastante surpreso, pois meus outros livros não foram traduzidos, e depois está aqui no Brasil e então… é inacreditável. E longe! Depois ele saiu na Holanda e agora estão traduzindo para a China, Inglaterra, Taiwan… enfim.. é inacreditável.

11. A referência final da batalha Stones x Beatles no “Pequeno Livro dos Beatles” é uma indicação de um novo livro?

Não, não, não, não… Eu achei que não tinha falado o suficiente de Rolling Stones que é um outro grupo importante, e quis terminar o “Pequeno Livro dos Beatles” deste jeito, com uma brincadeirinha, mas eu não farei outro livro sobre outro grupo, porque para fazer este tipo de livro, para ter este entusiasmo, esta paixão, você deve adorar o sujeito do qual se fala, e eu adoro os Beatles, eu conheço desde sempre, mas os Rolling Stones eu só gosto bastante, não é a mesma coisa. E eu não sou obcecado pelo assunto. Já dos Beatles eu compro tudo que vejo pela frente desde os 14 anos. Eu tenho todos os discos dos Stones, mas apenas uns 3 livros, alguns DVDs, nem se compara. Então não seria honesto de minha parte. De todo modo, eu poderia falar de um disco ruim do Ringo Starr porque é engraçado e porque todo mundo concorda que ele foi ruim, mas os Rolling Stones fizeram discos ruins nos anos 80 e 90 e… ah sim, é isso! Na fase solo dos Beatles há um período bem ruim nos anos 80 e depois George Harrison fez um bom disco no final dos anos 80, Paul McCartney voltou a fazer bons discos nos anos 2000, principalmente em 2005; mas os Rolling Stones, para mim, tem um momento em que começaram a ficar ruim e nunca mais voltaram. Com certeza ainda fazem ótimos shows, mas os discos continuam ruins, logo o que eu gosto nos Beatles é que eles caíram sim, mas depois voltaram a subir, com super shows de McCartney e bons discos, mas os Stones não. E seria um fim terrível (para um livro). Seriam 30 páginas de coisas ruins e shows ruins, brigas envolvendo o Keith Richards…seria muito triste, e impossível para mim.

½ O Rock é…

Tem um monte de gente que diz que o Rock está morto, então eu acho que vou dizer que o Rock é um morto-vivo, como um zumbi. Regularmente ele sai de sua tumba e depois volta à moda, então é um morto-vivo. (risos).

Para quem preferir, segue a transcrição da entrevista, no idioma original:

1. Est-ce que tu étais déjà venu au Brésil?R. Oui, mais pas avant “Le Petit Livre”. J’y suis venu pour la première fois en Decembre dernier, à São Paulo, pour un événement qui s’appelait , je crois, “les 24h de la culture” pour le Magasin Cultura. J’y suis venu faire un débat, une discussion comme ici et puis j’ai fait le dédicaces, enfin. J’y suis resté seulement 3 jours, donc c’est tellement trop court pour… je sais pas…J’ai pu visiter un petit peu São Paulo parce que j’ai une amie qui habite là bàs, qui est la traductrice du Petit Livre Rock et qui m’a fait visiter des jounalistes à São Paulo et qui m’a fait visiter un peu la ville, Mais je voulais revenir, donc je suis content d’avoir revenu, et de découvrir une autre ville.

2. Qu’est-ce que tu penses de Curitiba?
R. Alors j’ai pas vu grand chose là, je reviens du Musée Niemeyer, il est super beau, et c’est un architecte que j’aime beaucoup et depuis longtemps, donc j’étais content pour voir ça, et je pense qu’elle est jolie et ça me semble plus calme que São Paulo (risos de todo mundo)… moins fou. Mais bon, j’y suis arrivé à 24h de ce tard, donc ça fait une journée que je suis ici donc,je trouve la bien, mais je ne la connais pas bien, mais les gens sont sympathiques et Le festival est agréable

3. Vous avez écrit dans le Petit Livre Rock sur la musique brésilienne (Bossa Nova, Sepultura, Mutantes). C’était juste pour l’édition brésilienne?
R. h oui, Oui c’est ça, si je la connaissais avant, oui, ben, en fait j’ai pas parlé la musique brésilienne pour la version brésilienne – ah bon on était là, voilà – ah non, je l’écoute depuis longtemps, je suis pas vraiment un spécialiste encore, mais j’ai écouté beaucoup beaucoup de Bossa Nova une période et puis après j’ai découvert le mouvement Tropicaliste avec Mutantes et Caetano Veloso, (Tuca fala; J’aime beaucoup/ Hervé diz: et moi aussi) et donc… et puis après ce vrai que j’ai des groupes que j’ai bien aimé comme CSS ou Sepultura comme Verve(bla)…et voilà donc, je voulais en parler parce que c’est de le morceux plus fort que j’aime bienl que j’aime bien et la musique aussi . Je pense que par contre c’est parce que j’ai parlé de ça que l’éditeur brésilien était intéressé par le livre. Il aimait bien le Rock dans le principe, mais quand il a vu ça ça l’a surpris donc ça y est, il l’a plu quoi.

4. Et la musique française, le Rock français. Est’ce que tu as quelq’un pour nous conseiller?
R.Alors le Rock français autant que tel n’est… c’est pas très bon en fait (rs) . On est, on est. La France aime plus le Jazz en fait, ou le Hip Hop, ou le musique életronique comme Daft Punk euh, ou alors la Pop française. Le Rock au tant que tel autant que ça on va dire que l’on n’a jamais eu vraiment des très bons groupes et qui ne veux pas marcher à l’international parce que.. , sont trop français, c’est toujour un problème avec le Rock français. Après, moi, c’est mon avis han, Y aura de gens qui vont vous dire le contraire mais mois je trouve (ouf.. faz cara de quem não curte muito). Par contre la Pop française, notamment dans les années 60, il y a eu plein des supers artistes, Serge Gainsbourg ou Jacques Dutronc ou Michel Polnareff

5. Quels sont les materiaux qui tu prefères travailler avec?
R. Euh, je travaille au pinceau, au pinceau et l’encre de Chine en fait. Ce qui j’aime bien pour ce genre de livre est de déssiner directement en pinceau, d’après des photos – ou pas, d’ailleurs, mais sans crayon au dessous, pour préparer le déssin. Jje peins directement au pinceau, je pense que c’est pas pareil, c’est plus libre, spontané ouais. Et ensuite en fait le tous de les cadres qui sont dans les livres, tous les petits déssin qu’on voit dans le livres, à l’origine ce sont tous des grands déssins sur le papier A4, qui sont après scanées et montés au Photoshop (olhar embasbacado dos entrevistadores). Les pages n’existent pas en fait ce sont des déssins après une montage.

6. Tu sembles très passionant sur le sujet Rock. Pourquoi ça, pourquoi tu es si passionant? 
R. Comment ça? J’en sais rien (risos). Je pense qu’il y a plusieurs manières de parler sur sa passion, soit on mène distance et on parle comme un travail universitaire qui pourrais être trés pointu mais qui se prête à un milieu, et moi je pense que ça marche pas, ça fonccione pas pour le Rock, qui doit pas être analisé comme un autre sujet universitaire, ça doit rester quelque chose de spontané et justement d’enthousiaste, donc je voulais absolument qu’on ressente cet enthousiaste d’une fois dans le déssins, et dans ma façon d’écrire, et c’est pour ça que ça ressens aussi, euh, je voulais pas un livre tiède (between cold and hot, tu comprends?). Eh oui, voilà c’est parce que moi j’étais passioné pour ça que je voulais recomuniquer cette passion.

7. Tu parles de High Fidelity dans ton livre. Est-ce que t’as été inspiré par Nick Hornby?
R. Nick Hornby est un auteur que j’aime bien….. AH OUI, pour les listes! (risos), oui, pour les listes oui. Mais sinon euh, au niveau de l’écriture les gens qui m’ont plus influencé je pense que… Nick Tosches, un écrivain américan qui écrit sur le Rock depuis 40 ans et qui a comme ça un ton souvent quotidien, Lester Bangs qui est un critic Rock… 

8. Comment c’était travailler avec un éditeur qui avait des opinions si diferentes des tiennes?
R. Non justement, il a bien presenté le projet à l’origine, donc il savait que je parlerais de ce que je kiffe et je donnerais mon avis, donc il a respecté dès ce temps là. Après on a discuté, on riait de ça, on n’était pas d’accord mais il ne m’a rien fait changer.

9. Comment vous avez choisi le format du LIvre Rock (et Beatles)? 
R.  À l’origine ça sortirait dans un format roman, classique, mais Ahn, euh.. moi j’avais eu cette idée là, mais j’ai n’ai pas osé la demander, parce que pour l’éditeur ça veut dire que ça serait plus cher, parce que c’est pas un format classique, donc on n’avait pas parlé, on dirait que c’était impossible, ça allait faire monter le prix du livre aussi et c’est pas interessant pour les lecteurs, et puis si c’est cher moins de gens l’achètent et ça c’est pas interessant pour moi non plus, donc je voulais pas parler et puis j’ai commencé ma première page, le directeur artistique de chez Dargaud (editora) m’a dit: “mais , tu ne voulais pas le faire en carré? On pourrait le faire en format 45′”. C’est venu de Dargaud finalement, je n’ai pas osé de demander. Et il a même le trou (mostra o livro com a capa típica de LPs e tal). À l’origine, voilà, on voulait faire un 45′ soupple (na forma do LP), mais ça serait trop cher.

10. Il y avait l’intention de devenir international avec ce livre?
R. Ah non, ah non, pas du tout! Moi, avant d’avoir un éditeur, je le proposait à tous les gens, et personne ne le voulait.Donc, j’ai demandé chez des petit éditeurs independents, des gros éditeurs. Et Dargaud – Dargaud c’est mon éditeur français han, c’est un gros gros éditeur, c’est un des plus grands de l’Europe – Avec qui j’ai déjà fait des livres, mais pareil je n’ai pas osé, parce que je savais qu’ils iraient dire non, quoi! Et finalement quand je n’ai trouvé personne qui ne le voulait, je l’ai renvoyé sur Dargaud e après ils m’ont appelé tout de suite parce qu’ils voulaient le faire. (risos). Ce livre là, à l’origine, je l’ai fait pour moi. Jamais je ne pensais que ça deviendrai international, jamais, jamais, jamais quoi. Er quand on m’a dit que ça allait sortir dans d’autres pays moi…D’abord ça était en Europe, le premier était L’Italie en suite c’était L’Allemagne, e donc j’etais très très surpris parce que mes autres livres n’avaient pas été traduits, e puis après il est au Brésil et donc…c’est incroyable. Puis il est loin. Et après il est sorti en Hollande et ils sont en train de traduire pour la Chine, L’Angleterre, Taiwan, enfin c’est incroyable

11. Est-ce que la réference final de la bataille StonesxBeatles sur le Petit Livre Beatles est une indication d’un nouveau livre? 
R. Non, non non non…J’ai trouvé éfectivement que j’ai parlé pas assez de Rolling Stones qui sont l’autre groupe super important et donc je voulais finir comme ça avec un clin d’oeil rigolo mais je ne ferai pas d’autre livre sur un autre groupe, parce que pour faire ce genre de livre pour avoir cet enthousiasme, cette passion, il faut adorer ce dont on parle, et moi j’adore les Beatles, je les connais depuis toujours, mais les Rolling Stones, je ne sais que les aimer beaucoup, c’est pas pareil. Et je suis pas obsédé par le sujet quoi. Et depuis que j’ai eu 14 ans j’achète tout sur les Beatles. Des Stones j’ai tous les disques mais je dois avoir que trois livres sur le sujet, quelques DVDs… C’est pas comparable. Donc ce serait pas honnête de ma part de… et puis j’ai pu parler d’un mauvais disque de Ringo Starr parce que c’est drôle et parce que tout le monde est d’accord que ça c’est mauvais mais les Rolling Stones ont fait des mauvais disques dans les années 80 et 90 et là euh,,,,ah oui si si c’est ça!, dans la phase solo des Beatles y avait une période trés mauvais dans les années 80 et puis après euh George Harrison a fait un bon disque à la fin des années 80, Paul McCartney s’est remis à faire des bons disques dans les années 2000, nottament 2005 y en a un super, mais les Rolling Stones, pour moi, il y a un moment qu’ils ont été mauvais et qui ne sont jamais revenus euh… C’est sûr qu’ils font des très bons concerts mais les disques sont restés mauvais quoi, donc ce que j’aime bien dans celui-ci bon y a sa chute mais à la ça ça remonte avec de super concerts de McCartney et des bons disques e Les Stones non. Ça resterait une fin terrible quoi! Ça resterait le 30 dernières pages avec que de mauvais trucs des mauvais concerts, des engueulades entre Keith Richards.. donc ce serait trop triste, ce serait pas possible, donc

Demi question:  Le rock est…

En géneral il y a des gens qui disent que le Rock est mort…à la fin… (blabla) il y a plein des gens qui disent que le Rock est mort, donc moi je pense que je vais dire que Le Rock est mort vivant, comme un zombie. Régulierment il resors de sa tombe et puis il remonteet après il passe à la mode, donc il est mort vivant.

A Equipe Meia Palavra gostaria de agradecer a Hervé Bourhis, por sua entrevista

L’Equipe Meia Palavra voudrait remercier Hervé Bourhis pour cet interview.

Edit: Quer mais? O Tuca postou esta entrevista, com extras, lá n’O Leitor Comum