Ontem foi a minha primeira aparição em público em nome do Meia Palavra. Esse espaço é representado toda vez que a Taize é convidada para algum evento. Apesar de sempre ser chamada por causa de seu blog pessoal, que apareceu na Veja, ela cita o Meia Palavra para todos conhecerem. Além desse evento, minha única experiência em falar não foi para mais de três pessoas em um lançamento ou na Mercearia São Pedro. O site, e eu no caso, fora convidado a comparecer na Bienal do Livro anterior por incentivo da Diana Passy (quem mais seria?). Acabou que nunca fomos contactados e esse assunto morreu até o final de julho deste ano.

Até a data do convite, feito pela co-curadora do espaço “#Você + Quem =?” Maria Tereza Arruda, eu não ouvi uma só notícia sobre o evento, convidados e estandes. Isso é bem estranho levando em consideração que bem antes de trabalhar com literatura, o alvoroço em torno da Bienal era notável pra mim. Deixando de lado esse pequeno detalhe, aceitei o convite em nome do Meia Palavra mesmo sem saber do assunto exato da mesa e sabendo que estaria junto com mais três nomes: PC Siqueira, Marcelo Cidral (comoeumesintoquando) e Pablo Peixoto (qu4tro coisas).

Se você analisar os nomes, eles não se cruzam em alguns aspectos, Meia Palavra é literatura, Marcelo Cidral é tumblr, PC Siqueira é Vlogger, mas levemos em consideração que o evento buscava atrair maior público e gerar um debate sobre internet, conteúdo e informação. Sobre visitas, público consolidado e, acima de tudo, como é possível ganhar esse tipo de visibilidade dentro da internet. É claro que, como novato, acreditei que tudo traria um bem maior para o Meia Palavra – o que sempre é minha intenção – e assuntos diversos, ainda mais do espaço em que trabalhamos (internet), são sempre bem-vindos.

Porém, um dos problemas é que não fui brifado antes de entrar na sala para o bate-papo e não sabiam o site que eu representava, erro repetido durante o debate. Essa situação me deixou um pouco desconfortável, não pela questão de ego, mas justamente porque representava o Meia Palavra e não algo pessoal. Somado à escolha da mediadora, Mona Dorf, que parecia não estar familiarizada com o assunto e que muitas vezes levantava questões irrelevantes, o que também não colaborou no começo da conversa entre os convidados.

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A mesa funcionou, quase que exclusivamente, graças aos convidados, em destaque para PC e Íris Figueiredo (que eu não fui informado que estaria lá até o dia em questão) por prolongarem perguntas sem inspiração por parte da mediação. Íris expôs, de maneira muito bacana, como o blog a fez decidir sobre a faculdade que faria e ainda falou sobre diversos títulos interessantes como O Retrato de Dorian Gray. Foi surpreendente também ouvir do Marcelo Cidral que começou a ler graças aos atlas que tinha em casa. E o PC Siqueira é o PC que vocês  assistem no vídeo, irônico e com ótimas observações, inclusive sobre “a morte do livro”. O público recepcionou muito bem e expandiram as suas perguntas também para além da proposta do debate. Em questão de divulgação minuto a minuto o evento foi bem melhor; Twitter e fotos sempre atualizados, mantendo o bom humor acima de tudo.

Valeu a experiência e creio que quando as coisas não saem como planejadas aprendemos a usar o jogo de cintura melhor – o caso dessa vez é que nem plano tinha, apenas um esboço. Devo dizer que gostei muito de conhecer os participantes e gostei desse negócio de falar sobre o Meia Palavra, sobre literatura e sobre leitores.