É fato indiscutível que O corvo, de Edgar Allan Poe, é um dos mais famosos poemas já escritos. Mesmo quem não gosta de poesia tem uma vaga noção a seu respeito, dada a maneira como seus versos penetraram a cultura popular: músicas, filmes e desenhos animados estão constantemente fazendo referência ao poema. Escrito originalmente em 1845, foi traduzido e reescrito nos mais diversos idiomas – sendo que a primeira vez foi uma versão em prosa poética traduzida por Charles Baudelaire, oito anos depois de sua publicação.

Em língua portuguesa existe duas traduções bastante famosas, que o seriam mesmo caso fossem traduções horrendas (mas não o sã0): foram feitas, afinal, por Machado de Assis e por Fernando Pessoa. É sobre elas que se debruça Ivo Barroso no ensaio O corvo e suas traduções, que teve sua terceira edição publicada recentemente pela editora Leya.

Barroso, porém, não se limita às duas versões dos célebres escritores de língua portuguesa. Fala, além dessas duas, das versões de Gondim da Fonseca e a de Milton Amado – citada por ele como a mais fiel. Menciona ainda outras versões em português, algumas traduções francesas e, en passant, conta sobre a existência de uma tradução espanhola feita por Jorge Luís Borges.

Servem para enriquecer o ensaio uma apresentação de Carlos Heitor Cony, uma breve nota biográfica sobre o autor do poema e um ensaio do próprio Allan Poe sobre o processo criativo de O corvo, em que afirma que toda a composição obedeceu ao mais rígido e árduo trabalho intelectual. Por fim, fechando com chave de ouro, há o poema e diversas traduções para o português e para o francês.

Uma obra que, apesar da especificidade do tema, pode ser interessante para diversos públicos: tradutores, estudiosos da obra de Edgar Allan Poe ou, apenas, entusiastas da obra do americano sem qualquer compromisso acadêmico.

O corvo e suas traduções

por Ivo Barroso.

160 páginas.

R$ 34,90

 

Saiba mais sobre essa e outras obras no site da Editora Leya