O comércio do sexo na Suécia está prestes a ser denunciado e junto dessa nova reportagem bombástica da revista Millenium diversos politicos, policiais e jornalista serão entregues.

Dag Svensson escreve a materia para revista e um livro sobre os crimes sexuais, enquanto sua mulher Mia Bergman tem uma tese sobre o mesmo assunto. Mikael Blowkvist tornou-se uma celebridade depois das denuncias de seu ultimo livro e resolve aceitar o papel de editor nessa nova denuncia, entretanto, os dois novos colaboradores de sua revista são mortos na mesma noite que o tutor de Libesth Salander, a jovem hacker a quem o Super Blowkvist deve sua vida. Logo os indicios do triplo homicidio caem sobre Salander.

Como no livro anterior, Os homens que não amavam as mulheres, Stieg Larsson lança um novo mistério a ser solucionado e onde muitos personagens podem perder suas vidas. Todavia, a malha de personagens aumenta de maneira absurda, muito mais do que a arvore genealogica dos Vangers no antecessor, dessa forma o leitor tem de se prender a diversos detalhes que no fim acabam por não merecer tanta atenção.

Dessa vez, Lisbeth não quer ajuda de Mikael e evita qualquer tipo de contato com o jornalista. O que torna o mistério um pouco infantil, afinal ela, como elo entre os assassinatos sabia mais do que revelou a Blowkvist em um joguinho de gato e rato (e nisso a enrolação se torna um déjà vu, pois vemos os dois lados do joguinho com espaço enorme de páginas).

Outro fato importante é que nesse livro conhecemos um pouco mais sobre o passado de Salander e muito do que parecia misterioso é explicado de maneira bem simples. Lisbeth recebe mais foco nessa nova parte da trilogia, entretanto também perde espaço. Parece confuso? Talvez seja, justamento por ela ser apenas citada em diversas passagens e não aparecendo de fato, o que tornou o livro alvo de criticas por ser demasiado comprido (mais de seiscentas páginas) que poderiam ser resumidas entre 400 e 450. Não vejo a revelação do passado como um ponto negativo, muito me lembra que só vem a acrescentar na história, assim como no Segundo filme da trilogia do Poderoso Chefão.

A falta de violência deixa a desejar nesse exemplar, enquanto o antecessor abusava de descrições, esse se resume a apenas narrar o ato em si em poucos detalhes. O ponto mais fraco do livro deve-se a revelação do misterioso chefão dos crimes sexuais Zala, por toda a história é feita uma descrição para no derradeiro capítulo parecer apenas um vilão caricato.

É um livro ruim? Não. O estilo de prender o leitor continua forte e só aumenta a vontade para chegar ao último exemplar (A rainha do castelo de ar), porém não cria um desfecho adequado a toda a confusão criada pelos assassinatos, o passado de Lisbeth e, acima de tudo, a falta de sagacidade de Mikael, que marcou o primeiro livro, desaparece por completo, servindo apenas de marionette para Lisbeth e os demais personagens.