No dia 13 de Julho de 1985 foi realizado um concerto de rock para os famintos da Etiópia. Nesse dia diversas bandas do cenário do rock e pop da época fizeram shows memoráveis. Entre eles: Elvis Costello, U2, Queen, David Bowie, The Who, Sting, Phil Collins, Paul McCartney, Status Quo, entre outras. Um dos organizadores desse evento foi Bob Geldof, o famoso personagem principal do filme The Wall de Alan Parker, baseado no álbum homônimo do Pink Floyd. Esse dia ficou conhecido como O Dia Mundial do Rock e agora indicamos os melhores livros para se ler no dia 13 de julho:

Pips: Alta Fidelidade (Nick Hornby): Imagine que você, homem, acabou de receber um pé na bunda do amor da sua vida, mas tenta ao máximo dizer que não foi o pior dos foras. Alta Fidelidade é um exemplo de romance de homens sobre mulheres, diferenciado justamente por causa que o coração partido nessa história é o de um homem. Seria mais uma história de amor? Como não parecer machista? Entre todos os devaneios e pensamentos possíveis, Rob Flemming tenta decifrar a alma feminina, e o amadurecimento de um cara, e o que é amor ou não, o que é obsessão e apego. E aí você se pergunta o que isso tem a ver com o dia do rock? Entre uma dúvida e um por quê, Rob intercala citações da música pop, fala sobre sua vida como dono de uma loja de vinis e o sonho de abrir uma gravadora. As músicas marcam cada momento de sua narrativa, todas compostas por um Top 5 das melhores, piores e tudo mais.

Anica: A Estrada da Noite de Joe Hill tem tudo para agradar não só o público que adora histórias de horror, mas também os fãs do bom e velho rock n’ roll. Recheado de referências à músicas e bandas famosas, conta a história de um velho roqueiro que resolve comprar para sua coleção de artigos bizarros um terno assombrado. A questão é que o fantasma do terno passa a persegui-lo e a todos perto dele, o que rende capítulos de tensão contínua que não devem nada aos bons livros de horror. Entre uma e outra brincadeira que Joe Hill deixa para os leitores apaixonados por rock, vale ressaltar que o título original é o nome de uma canção do Nirvana (Heart-Shaped Box) e que os cachorros do protagonista se chamam Angus e Bon, em uma referência ao pessoal do AC/DC. Ou seja, mesmo que terror não seja sua área, ainda dá para se divertir.

Kika: As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica – A.S. Franchini e Carmen Seganfredo Esse livro é feito especialmente para os fãs de metal. A mitologia nórdica é fonte de inspiração para muitas bandas, com suas histórias de sangue, trapaça, honra de guerreiro, força e sabedoria. Manowar, Tyr, Rhapsody e muitas outras bebem dessa fonte praticamente inesgotável de histórias, e os autores nos apresentam às mais significativas de um jeito interessante e divertido. Para os curiosos, é uma boa chance de ter seu primeiro contato direto com personagens como Odin, Thor, Loki, Fenrir, Freya, as três fiandeiras, bem como lugares como as profundas cavernas dos anões, a árvore da vida Yggdrasil, o salão de festas dos guerreiros – Vallhalla. Enfim, nesse dia do rock, eu sugiro que você conheça os deuses que inspiraram os deuses do metal.

Luciano: Conselhos de um discípulo de Morrison a um fanático de Joyce (Roberto Bolaño e A. G. Porta)- Ángel e Ana. Ele é de barcelona. Ela latino-americana. Ele um escritor fadado ao insucesso. Ela uma deliquente. A vida na Espanha dos anos 80 não é fácil para essas personagems, por isso assaltam um banco. E assim começa uma conturbada carreira criminosa, que divide espaço com as outras paixões de Ángel, além de Ana: a música de Jim Morrison e a literatura de James Joyce. Obra primeira escrita a quatro mãos por Bolaño e A. G. Porta, já é um embrião do que seriam as respectivas obras posteriores de cada um. Ainda um pouco imaturo se comparado com o que veio depois mas… Um romance policial que começa com a letra de ‘The End’ como epígrafe e que é repleto de alusões à Ulisses não pode ser nada mal, pode?

Lucas: Torre Negra (Stephen King): Em discussão no Meia Palavra no tópico de Stephen King estive pensando sobre uma caracterização do universo d’A Torre Negra, e sendo breve poderia dizer que é um universo rock n’roll. Isso é vago e serve de pretexto para muitas discussões, mas parece que há uma música de rock para cada passagem do livro, a saga hauriu do rock seu clima épico, bruto e forte, parece que foi feito para ser acompanhado por rock n’roll (espero inclusive que eles lembrem disso no filme). Não a toa que a obra-prima de King possui trechos de músicas famosas como Paint It Black dos Rolling Stones; Hey Jude dos Beatles; Velcro Fly do Z.Z.Top; uma ou outra música do Bob Dylan etc. Além disso, recomendo Locomotive Breath, do Jethro Tull para a leitura do terceiro volume (As Terras Devastadas, meu predileto), é arrepiante. Isso sem contar que, se levarmos em consideração a estranha relação entre Terra e Mundo-Médio, dá para imaginar que a música The Wizard, do Black Sabbath deve ter um significado bem diverso no universo de Roland Deschain (principalmente a partir do quarto volume, Mago e Vidro).

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