A resenha fala sobre os dois primeiros filmes da saga Harry Potter (Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a Câmara Secreta), mostrando trechos de entrevista com diretor e elenco e apontando quais os maiores desafios de execução em cada filme.

Em 2001, Harry Potter e a Pedra Filosofal chegou aos cinemas, dirigido por Chris Columbus (mais tarde ele dirigiria outros filmes da serie). O diretor, que já tinha trabalhado em outros grandes sucessos do cinema como O Homem Bicentenário (diretor) e Gremlins (roteirista), estava mais uma vez quebrando verdadeiros records de bilheteria com o filme, que se tornou uma febre ao redor do mundo.

No primeiro fim de semana e fim de semana, a produção arrecadou $90.3 milhões nas bilheterias americanas, superando de longe os $72 milhões de The Lost World: Jurassic Park, que até então era o primeiro colocado. No Reino Unido, se tornou a segunda maior bilheteria da história com £66,096,060.

O grande desafio do filme era criar uma linguagem e “clima” que seria seguido ao longo de toda a série. Fazer uma adaptação de obra literária para os cinemas não é fácil; São precisos abrir mão de alguns pedaços da história, acrescentar outros e criar soluções para toda a magia que o livro transmitia para os fãs. Por isso mesmo, Chris se dedicou ao máximo, desde a pré-produção, a entender o mundo de Harry Potter, tendo encontros até mesmo com J.K Rowling, autora da série. Em entrevista, publicada pelo site www.harrypotterofilme.com e traduzida por Tradução G.V.Linares no http://conteudo.potterish.com/, o diretor comenta seus encontros com J.K Rowling:

“É claro que ela perguntou o inevitável: “como você vê meu filme? Como você pretende fazê-lo?” Levei 30 minutos para explicar como o faria e no fim ela concordou comigo. Convidei Jo para participar ativamente das filmagens indo aos Estúdios Leavesden, onde estaríamos filmando. Falei que conversaríamos lá a respeito. Achava a idéia fantástica e desde o começo minha vontade era trabalhar com ela. Valorizo suas opiniões. O resultado é que ela nunca chegou impondo nada do tipo “você deve fazer isso ou aquilo”. Foi uma excelente colaboradora. Eu e Steve Kloves (o roteirista), que somos super fãs do livro, aproveitamos para bombardeá-la com perguntas. Ela sempre nos respondia sem se entediar. Éramos apenas quatro na sala por uns três meses: o produtor David Heyman, Jo, Steve Kloves e eu. Analisamos que parte do roteiro deixaríamos de fora, que forma daríamos ao Salão Principal, como seria o figurino, e assim por diante.”

Para o diretor, o maior desafio foi exatamente trazer aos cinemas todas as descrições que a autora fazia em seus livro: “o que a Jo escreve vem da imaginação. Não há uma cena sequer com duas pessoas conversando. De repente há 150 corujas entregando cartas, há outra cena em que existem apenas lembranças e há um jornal com fotos que se movimentam.”

Neste primeiro filme, Chris Columbus fez a decisão de manter a atmosfera sombria que o livro apresentava. Para ele, as crianças não querem ver coisas meigas e felizes e sim a fidelidade ao livro. A tendência seria aumentar o estilo dark à cada novo filme lançado.

Se o primeiro filme da série tinha um foco muito maior nas relações de amizade do trio formado por Harry, Ronnie e Hermione, o segundo, Harry Potter e a Câmara Secreta, mantém essas relações, mas também trás um clima muito mais tenso, com assassinatos e o Mistério da abertura da Câmara. Uma inovação importante está no elfo doméstico Dobby, que faz sua primeira aparição e é inteiramente feito de animação gráfica. Na versão em inglês, é dublado por Toby Jones.

Daniel Radcliffe comenta como foi atuar a primeira vez com um ser totalmente feito de forma digital: “Muito difícil. Eu já tinha trabalhado com efeitos no primeiro filme, mas nada como Dobby, que se movimenta sem parar. Eu seguia a orientação de Chris para ter certeza absoluta de onde ele estaria.”

No terceiro filme, Chris Columbus se despediria da direção, ficando só com a produção. Alfonso Cuarón assumiria seu lugar, dando um novo tom à série. Mas esse é assunto para um próximo post.

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