No inicio do ano fiz o meu primeiro post para o blog do Meia Palavra, exatamente no dia primeiro de janeiro. Nele falava sobre uma HQ recém adquirida chamada Mesmo Delivery e me derretia e,m elogios sobre a obra e o estilo de desenho de seu autor. Partindo desse principio meloso, imaginem a alegria que foi quando Rafael Grampá (autor de Mesmo Delivery e co-autor de 5) aceitou participar do 10 perguntas e meia. Fiquei super feliz de poder trazer um artista brasileiro dos quadrinhos que está em crescimento e mostrar que essa é uma arte que tem tudo para ganhar o gosto popular e mostrar que não é “coisa de criança”.

Sem mais delongas, fiquem com as 10 perguntas e meia feitas a Rafael Grampá

grampa

1 – Como você se sente por ter ganhado o Eisner Awards pela HQ 5? Foi seu primeiro trabalho em Grupo com outros desenhistas?

Me sinto ótimo! Mas meu primeiro trabalho numa antologia foi na Gunned Down, publicada no Brasil pela Devir como Bang Bang.

2 – Como foi ser convidado para desenhar Hellblazer?

Foi excelente. Conheci o Brain Azzarello na San Diego Comic Con em 2008 e lá ele já havia me perguntado se eu gostaria de fazer algo com ele. Umas duas semanas depois veio o convite pra fazer o Hellblazer.

3 – O que acha das adaptações cinematográficas que, desde 2001, tem tido cada vez mais demanda? Existe alguma que adore e outra que tenha asco?

Eu adoro cinema. O que importa é se a adaptação é boa ou não, independente das mudanças que um diretos possa fazer. Gosto mesmo é de história boa. Adoro Oldboy e não curto muito o Daredevil.

4 – Mesmo Delivery poderia ir para os cinemas também? Ela tem influências de filmes?

Sim, sou mais influenciado por cinema do que qualquer outra coisa. Eu já vendi os direitos para uma adaptação cinematográfica de Mesmo Delivery e pelas últimas notícias que tive tudo vai muito bem com as negociações com os estúdios Hollywoodianos. Vamos ver como vai andar isso, mas sei bem como funciona essa indústria. Um projeto pode levar anos e mais anos para sair do papel.

5 – Sua leitura e interesse por quadrinhos (autores e séries) mudaram muito em relação ao passado?

Quando eu era criança eu lia Mônica, Super-heróis e Disney, Tin Tin e Asterix, os de praxe aqui no Brasil. Hoje eu leio menos HQs do que deveria, mas meu gosto está mais apurado, com certeza.

6 – No post do seu blog do dia 25 de dezembro de 2008, você diz que “Mesmo Delivery foi o foco das minhas energias em 2008. Mas 2009 pra mim tem outro nome e se chama Furry Water”. Pode nos contar um pouco mais sobre esse novo projeto?

Não posso falar muito, pois o contrato que eu tenho com a editora norte americana que vai publicar esse meu novo trabalho só vai anunciar o projeto em Julho, na San Diego Comic Con. O que posso dizer é que será uma série em 6 capítulos mensais de 32 páginas, na qual convidei o escritor Daniel Pellizzari para criar o roteiro comigo. Depois isso tudo vira um encadernado. Uma notícia boa é que uma grande editora de HQs aqui do Brasil já está tentando comprar os direitos pra lançar uma versão brasileira do encadernado.

7 – Originalidade é um ponto importante ou pode ser suprida pelas referências a outros artistas?

O trabalho de um artista diz muito do que a pessoa é, lê, assiste, entende, etc. Originalidade vem da busca desse auto-conhecimento. Usar outros artistas como referência é o começo de tudo, mas não pode ser o fim.

8 – Marvel, DC ou nenhuma das duas?

Marvel, DC, Dark Horse, Fantagraphics, Cocomino, First Second, Drawn and Quarterly, Pantheon ( e muitas outras ) sempre tem coisas muito boas e também coisas ruins.

9 – Qual a grande diferença entre desenhar um personagem seu e um de outro autor?

Em um caso eles mandam em você e no outro é você quem manda.

10 – Você espera uma carreira de mais HQs ou de outros tipos de desenhos?

Sempre vou fazer HQs. Pode ser que no futuro eu divida minha carreira entre quadrinhista e cineasta, mas agora estou totalmente focado em HQ. Cinema é um projeto pra daqui uns 10 anos.

Meia – desenhar é… ( risos )