Eduardo Spohr é jornalista, escritor, blogueiro e participante do NerdCast, o podcast do site Jovem Nerd. É autor do romance “A Batalha do Apocalipse” e atualmente gerencia o selo editorial NerdBooks, voltado à literatura fantástica. É, ainda, professor da faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, onde ministra o curso “Estrutura Literária – A Jornada do Herói no Cinema e na Literatura”.
1- Como foi o processo de criação do seu livro “A Batalha do Apocalipse”?
Em 2002 o bolha da internet estourou. Eu, que trabalhava em uma empresa grande empresa de web, fui demitido, como vários. Foi uma época difícil, quase ninguém conseguir voltar para o mercado. Usei esse tempo para focar em uma atividade produtiva e acabei escrevendo “A Batalha do Apocalipse”. A obra foi uma junção de muitas ideias, que eu já tinha desde o início da adolescência.
2 – Você se enxerga como um religioso, cético ou espiritualista?
É sempre difícil colocar rótulos né? Eu sempre simpatizei com o ceticismo, que foi a base de toda a filosofia. O termo é entendido de forma errada. O cético não é aquele que não acredita em nada, e sim aquele que questiona tudo.
3- Qual foi o tipo de pesquisa que você usou para criar esse universo (biblia, livros de fantasia, mitologia, etc)?
Eu sempre digo que a pesquisa deve ser usada na medida certa. Se for pouca, compromete a veracidade da história (mesmo uma história de fantasia deve ser crível). Se for muita, compromete sua obra, que passa a ser mais um livro didático do que um romance. Para mim foi muito tranqüilo fazer a pesquisa porque eu estava lidando com assuntos que sempre me interessavam, então já tinha algum conhecimento sobre o tema.
4 – Quais dificuldades você enfrentou para publicar uma obra de fantasia?
Na verdade foi bem tranqüilo. A grande dificuldade quem impôs fui eu mesmo, que tinha receio de levar minha obra ao público. Quando o Alexandre Ottoni e o Deive Pazos abriram a NerdStore, a loja do site Jovem Nerd, tiveram essa ideia de vender exemplares de ABdA. Eu não levei a menor fé. Pusemos 70 à venda, que sumiram em menos de 5 horas. Depois usamos a grana como capital para fazer mais 500, 2000, 4000… Foi tudo como uma grande “bola de neve do bem” 🙂
5- Gostaria de ver algum dia seu livro ser adaptado para às telas de cinema? E outras mídias (HQ, Video Game, RPG)?
Já existe o projeto de HQ e game. O livro de RPG já existe para download gratuito, mas fui eu que fiz, todo ele quase sozinho, e confesso que não está muito bom. Afinal, para chegar a um bom livro de RPG são precisos vários testes, e eu não tenho hoje em dia mais tempo para jogar, como tinha antes.
Sobre cinema, seria um grande sonho, mas admito que é um sonho muito distante.
6 – Qual a sua relação com Tolkien? Qual Era e personagem é seu favorito na Terra-Média?
Eu gosto de Tolkien, como a maioria dos “nerds”. Acho que ele teve um grande mérito de criar um “mundo de fantasia crível”, com linguagens, raças, povos… Meu personagem favorito é o Aragorn, de “O Senhor dos Anéis”. Sem dúvida as obras do professor foram uma inspiração para mim.
Apesar disso, tenho uma relação muito mais próxima a outro autor de fantasia: Robert E. Howard, criador do Conan, o Bárbaro, e da Era Hiboriana. Ele sim é o maior autor fantástico que já existiu, na minha opinião.
7 – Que outros autores e livros você gosta e indicaria?
Ken Follet, James Clavell, Anne Rice, Stephen King e George Orwell são referências. Porém mais pelo estilo. Sobre os temas que uso em meus trabalhos, tenho mais inspiração no cinema e nos quadrinhos (Neil Gaiman, Alan Moore, Frank Miller, Garth Ennis).
8 – O que você acha da popularização dos Nerds pelo mundo (inclusive tornando-se algo da moda atual como vestir camisetas de super-heróis, etc)?
Acho que os nerds estão sendo descobertos como um nicho de marcado, daí a popularização. Não vejo problema algum nisso, acho legal.
9 – Qual sua opinião sobre E-books, Kindle e demais aplicativos que podem vir a extinguir os livros de papéis num futuro?
Acho que ainda são muito toscos, comparados com o que pode vir por aí. Não acredito no livro eletrônico ser um simples leitor de pdf. Para ler texto, leio no papel. O futuro do livro eletrônico é unir texto, imagens, animações, vídeos, jogos e até redes sociais. Sem isso, o Kindle (e similares) são apenas mais do mesmo se comparados ao livro tradicional.
10 – Fora a literatura, quais outros projetos você gostaria de realizar?
Dar aula e tentar espalhar o conhecimento da mitologia e da estrutura literária ao maior numero de pessoas.
1/2 – Ser nerd… é dar respostas inesperadas :-O
adorei a resposta da meia pergunta, hehe
nhaim, quero ler esse livro =D
O Eduardo pode ainda não saber mas, ele é um Mago que se encontra num nível superior ao do Paulo Coelho!
Eduardo, quando peguei teu livro, pensei que se tratava de uma tradução de algum escritor norte-americano. Mas fique super feliz por seres brasileiro. Fiquei ainda mais supresa por que és jovem. Acreditas no que escrevestes em no Apocalípse? Não tens medo de acharem que és um “endemoniado”?Espero que seu livro vire filme pois será campeão de bilheteria. Parabéns!
8 – O que você acha da popularização dos Nerds pelo mundo (inclusive tornando-se algo da moda atual como vestir camisetas de super-heróis, etc)?
Acho que os nerds estão sendo descobertos como um nicho de marcado, daí a popularização. Não vejo problema algum nisso, acho legal.
Concordo ^.^v
Muito legal a entrevista!
Parabens Eduardo.. adorei seu livro…. tambêm fico imaginando ele adaptado para o Cinema…. será um grande sucesso….. Gostaria de aproveitar a oportunidade e perguntar se tem algum material deste livro para deficientes visuais. Comentei para um amigo e ele ficou louco para ter acesso. se tiver me envie uma resposta por e-mail deise002@hotmail.com
obrigada