Em tempos que ataques constantes são a plataforma de governo dos dois concorrentes ao pleito da presidência, chegou às minhas mãos Política, livro de João Ubaldo Ribeiro lançado pela editora Objetiva. Sem querer impor uma visão particular sobre o que é política e como melhor realizá-la, o autor dá uma aula simplificada sobre questões como Poder, Quem manda, Por que Manda e Como Manda.

Ao introduzir uma explicação sobre o que é o tal do Poder e como ele funciona como alicerce de um meio político, João faz comparações com jogos de futebol – tentando alçar o público que se diz “apolítico”. Na verdade, como exemplifica em seguida, não ligar para a política já é ser politizado, quem não se importa com quem tomará o poder representa apenas que a pessoa está satisfeita com “o sistema” que ela mesma sustenta, ou seja, quem é a fonte do poder e quem se submete a esse poder torna-se uma pequena engrenagem em toda a máquina burocrática / política.

Todavia, como explicar o que acontece com “nossos” dois candidatos a presidência que não tem carisma e muito menos conseguem impor seus projetos sem atacar um ao outro? A política já foi uma arte em que apenas os que têm o dom conseguem chegar ao poder.

Dom esse que pode ser classificado como “carisma” ou “magnetismo” e que nos dias de hoje pode ser facilmente rotulado como “poder do dinheiro”, entretanto como uma ciência, e longe de uma arte, é apenas exercendo que podemos explicá-lo. Nossos candidatos são cria de seus partidos e de seus antecessores, logo, eles não podem exercer a política e o poder de maneira correta. Há anos podemos verificar que quando alguém é o substituto de um partidário, a política se torna falha e o poder parece não exercer sua função ou aquilo que se esperava de seus governantes.

O poder da oratória faz parte da política como arte e essência, ou seja, aquele que quer ocupar um cargo tem que saber o que irá enfrentar e como. Por mais que soe ditatório, a influência da pessoa concorrente ao pleito deve fazer parte de uma base e, por fim, deve querer modificar ou aperfeiçoar algo dentro dessa tal de democracia. Como em um jogo político, poderes maiores e camuflados modelam um candidato, sabemos por que existe tanto desespero em aglutinar grupos religiosos, criar alianças, etc.

Explicar o poder é uma tarefa árdua e desde o começo Ubaldo deixa claro que é um termo vago e enganoso. Quem domina quem? Quem exerce tal poder com tanto interesse imposto dentro desse tal “poder” e dessa tal “política”.

O estudo da política é pano para manga, o que fica claro em tempos como esses, onde essa ciência, arte e filosofia, tornaram-se um circo de aberrações, acusações e interesses, que por sua vez não têm culpados, mas executores, e se o retrato desses exercícios é de quem faz a sua parte votando, opinando e debatendo, devemos saber que a influência não é um caminho único do poder para nós, são dois caminhos que se encontram constantemente.

Se você quer entender política sem firulas, com clareza e imparcial, este é o seu livro. E como diria o autor aos cidadãos que votam: Boa sorte.

Confira nossa entrevista com o autor do livro.