E estamos a poucos dias da grande maratona do cinema dessa cidade: é tempo de praticar o húngaro (porque você sabe que a legenda vai dar pau, ela sempre dá pau), a corrida de obstáculos entre o Frei Caneca e o Cinesesc e a alimentação à base de pipoca. Também é tempo do dificílimo jogo de tétris com a programação. Como ver tudo que quero ver? Será que dá pra encaixar mais um filme nesse dia? Como fazer caber tudo?

São mais de 300 filmes e só duas semanas, escolher é sem dúvidas um trabalho complicado. E é pra isso que serve este post! Se você não sabe quem foi o último ganhador de Veneza, qual diretor é o novo enfant terrible do cinema europeu ou qual é o novo cinema iraniano, trago à luz com esse guia mágico do que ver na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Os Grandes Diretores

Tsili –  de Amos Gitai, o grande queridinho de Leon Cakoff e da Mostra.

Os Homens Que Elas Amavam Demais – de André Téchiné, ex-crítico da Cahiers du Cinéma e ganhador de diversos Césars.

As Noites Brancas do Carteiro – de Andreï Konchalovsky, colaborador de Tarkovsky, vencedor do prêmio de melhor diretor em Veneza.

Falando com Deuses – de diversos diretores e organizado por Mario Vargas Llosa.

À Procura – de Atom Egoyan, tem estreia internacional na Mostra.

Foxcatcher – de Bennett Miller, diretor de Capote e Moneyball, prêmio de direção em Cannes.

O Pequeno Quinquin – de Bruno Dumont, o sempre incômodo diretor de O Pecado de Hadewijch e Fora de Satã.

O Reino da Beleza – de Denys Arcand, de As Invasões Bárbaras e O Declínio do Império Americano.

Minha Amiga Vitória – de Jean Paul Civeyrac, de As Belas Promessas.

Dois Dias e uma Noite – de Jean-Pierre e Luc Dardenne, supergêmeos belgas e dois dos diretores mais vigorosos do cinema contemporâneo.

Corpo Estranho – de Krzystof Zanussi, premiado diretor polonês.

Do Que Vem Antes – de Lav Diaz, possivelmente o diretor mais radical em atividade, filme vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno (NOTA IMPORTANTE: dura 338 minutos).

O Velho do Restelo – de Manoel de Oliveira, 105 anos e fazendo filmes.

Winter Sleep – de Nuri Bilge Ceylan, o premiado diretor de Três Macacos e Era Uma Vez na Anatólia, vencedor da Palma de Ouro em Cannes.

Jia Zhangke, Um Homem de Fenyang – de Walter Salles, documentário sobre o excepcional cineasta chinês Jia Zhangke.

Os Premiados

Leviatã – de Andrey Zvyagintsev, ganhador da Palma de melhor roteiro e do prêmio especial A Certain Regard, em Cannes.

Relatos Selvagens – de Damián Szifrón, seleção oficial de Cannes.

El Mudo – de Daniel e Diego Vega, Leopardo de melhor ator no Festival de Locarno.

Jauja – de Lisandro Alonso, vencedor do prêmio da crítica na A Certain Regard, em Cannes.

Ciências Naturais – de Matías Lucchesi, vencedor no Urso de Cristal, prêmio da juventude do Festival de Berlim.

Azul e Não Tão Rosa – de Miguel Ferrari, vencedor do prêmio de melhor filme iberoamericano nos Prêmios Goya.

Um Pombo Pousou em um Galho Refletindo sobre a Existência – de Roy Andersson, vencedor do Leão de Ouro, em Veneza.

Amor à Primeira Briga – de Thomas Cailley, vencedor do prêmio da crítica na Quinzena dos Realizadores, em Cannes.

O Idiota – de Yury Bikov, vencedor de quatro prêmios no Festival de Locarno.

Força Maior – de Ruben Östlund, melhor filme na mostra Un Certain Regard, em Cannes.

A Gangue – de Myroslav Slaboshpytskiy, vencedor do Grande Prêmio da Semana de Crítica no Festival de Cannes.

As Maravilhas – de Alice Rohrwacher, Grande Prêmio do Júri em Cannes.

A Pequena Casa – de Yoji Yamada, melhor atriz no Festival de Berlim.

O Círculo – de Stephan Haupt, Prêmio do Público na mostra Panorama do Festival de Berlim.

As Retrospectivas

O Vento nos Levará – de Abbas Kiarostami, porque os anos 90 são a melhor fase do diretor.

Profundo Carmesí – de Arturo Ripstein, um dos mais importantes cineastas latino-americanos e assistente de Buñuel.

Chocolat – de Claire Denis, um dos melhores filmes da diretora francesa.

Um Assunto de Mulheres – de Claude Chabrol, um dos cineastas da nouvelle vague que melhor amadureceu. Com Isabelle Hupert.

Antoine e Colette – de François Truffaut, média metragem que faz a ponte entre o Antoine Doinel de Os Incompreendidos e Beijos Roubados.

Burroughs: O Filme – de Howard Brookner, grande nome da cena independente americana.

A Trilogia das Cores – de Krzystof Kieslowski, momento chave e uma das obras mais significativas do cinema contemporâneo.

O Carvalho – de Lucian Pintilie, havia cinema na Romênia antes de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.

A Idade do Ouro – Luis Buñuel, o mais surrealista dos cineastas.

Código Desconhecido – Michael Haneke, dá primeira fase do diretor, mais violenta e experimental.

Lar Doce Lar – Naboru Nakamura, nome importante da nouvelle vague japonesa que só recentemente teve seus filmes distribuídos no ocidente.

A Noite de São Lourenço – de Paolo e Vittorio Taviani, marcos do cinema político italiano

Fale Com Ela – de Pedro Almodóvar, minha escolha dentro de uma ampla retrospectiva do cineasta.

A Opéra do Malandro – de Ruy Guerra, um filme atípico para o cinema brasileiro dos anos 80.

O Espírito da Colmeia – de Victor Erice, filme interessante que só agora é exibido no Brasil.

BAAL – de Voker Schlöndorff, diretor de O Tambor.

Meus Palpites

O Cuco e o Burro – de Andreas Arnstedt, seu primeiro longa, Os Dispensáveis, ganhou o prêmio de melhor direção na Mostra.

O Vale Sombrio – de Andreas Prochaska, montador de Michael Haneke.

El Cinco – de Adrián Biniez, ainda existe um jovem cinema argentino. Seu filme anterior, Gigante, foi extensamente premiado.

A Moça e os Médicos – de Axelle Ropert, a diretora do simpático Família Wolberg (2009).

Rhino Season – de Bahman Ghobadi, o diretor do comentado Tartarugas Podem Voar.

Ausência – de Chico Teixeira, diretor do belo documentário Criaturas Que Nasciam em Segredo.

Aurora – de Cristi Puiu, da nova onda de cinema romeno.

Dancing Arabs – de Eran Riklis, diretor de A Noiva Síria.

Entre Mundos – de Feo Aladag, seu primeiro longa, Quando Partimos, ganhou o prêmio de Júri da 34ª Mostra.

Obra – de Gregorio Graziosi, primeiro longa do diretor cujos curtas já foram premiados em Cannes.

Conto de Cinema – de Hong Sang-Soo, diretor do belo Filha de Ninguém.

Livre – de Jean-Marc Vallée, diretor de C.R.A.Z.Y.

O Segredo das Águas – de Naomi Kawase, a mais jovem ganhadora do Caméra D’or, em Cannes.

Acima das Nuvens – de Olivier Assayas, diretor de As Horas de Verão.

Noite Decisiva – de Pirjo Honkasalo, cineasta islandesa de destaque.

Au Fil d’Ariane – de Robert Guédiguian, de A Cidade Está Tranquila.