Semana dessas li que vampiros sempre estarão na moda e que só muda a forma com que eles são apresentados ao público. Realmente não discordei da afirmação, até porque séries de TV, livros e filmes tem provado que cada dia mais os vampiros, ou pelo menos essa nova onda de vampiros humanizados, estão tomando conta da cabeça dos antenados.
Fiquei me questionando quantas HQs com vampiros como tema principal já havia lido e se alguma delas valia apena ser recomendada. Ainda não vi nas bancas nem nos locais onde costumo comprar minhas edições, obras que abordassem o assunto ou que tivessem como protagonista algum vampiro, por isso tive que partir para as velharias que tenho jogadas aqui pelo quarto e algumas já digitalizadas dentro do computador.
Li ao todo cinco minisséries em que os sugadores de sangue eram os principais personagens. Dessas só tive coragem de indicar duas, porque a terceira renderia uma postagem muito grande, a quarta era tão ruim que não valia a pena ser levada de volta ao público e a quinta é apenas uma adaptação da série Trueblood que já está tendo sua atenção devida nos blogs especializados em séries para TV.
Espero que de alguma forma minhas resenhas sirvam de base e boa indicação para uma futura compra ou somente para deixar claro que os vampiros também estão nas HQs.
“Blood + Water”
Engraçado é que as pessoas parecem não se questionar o quanto se tornar vampiro pode ser benéfico aos pacientes de doenças terminais, porque um vampiro, segundo algumas lendas, é dotado de força física superior a humana e não se contunde nem adoenta tão fácil, além de ter um poder de “auto-regeneração” muito interessante em casos onde sua vida pode estar limitada em alguns meses. É justamente encima desse pensamento que somos apresentados a história de Adam Heller e sua relação com vampiros que não são nem bonzinhos e nem malzinhos.
Diferente das histórias comuns sobre vampiros, “Blood + Water”, narra a mudança e a descoberta de um humano “fraco”, Heller, que se encontra no final de sua vida e é tentado a mudar tudo apenas aceitando se transformar em um ser que ele duvidava da existência. Seu amigo Josh é responsável por esse momento de escolha, pois Josh é um vampiro e resolve depois de muito tempo abrir o jogo com Adam e contar-lhe que a única forma de continuar “vivo” é se transformando em um chupador de sangue.
A narrativa não é cheia de vai-e-vem e mantém um nível constante mostrando a vida de um vampiro desde seu “renascimento” até sua morte definitiva, assim como personagens novos são inseridos para que possamos entender porque os seres fantásticos de “Blood + Water” preferem não se meter diretamente com os humanos e viver num mundo sem serem caçados o tempo todo.
O grande problema e o que leva a história de Adam a um desfecho é sua descoberta não como um vampiro comum, mas como um descendente sanguíneo de uma raça antiga de seres que deixaram de ser simples vampiros e se tornaram em monstros caçadores de outros hematofagos. Ou seja, uma trama com bastante sangue de ambos os lados. Como Adam e seus novos amigos vão resolver o problema da volta de uma ameaça a sobrevivência da sua espécie é o que nos motiva a continuar lendo essa HQ cuja arte pode não ser impressionante, mas se destoa do convencional, usando de traços bem marcados e de pouca descrição.
“Blood + Water” é uma boa pedida para quem quer ver um desenho mais sóbrio e ler uma história mais cientifica (no caso, evolutiva) sobre os vampiros e seu estado de vida em comunidade com os humanos. Escrito por Judd Winick e desenhado por Tomm Coker e saiu pela Vertigo em 2003.
“City of Others”
Vampiros são por natureza: assassinos. Sua sede os obriga a matar os humanos detentores do líquido vital à sua sobrevivência. Então qual deveria ser o impacto de se transformar um assassino de aluguel em um ser das sombras cheio de poderes e de uma sede que o faz mais letal? City of Others tem a função de nos contar essa história através de um dos personagens mais “casca dura” que já pude conhecer no mundo das HQs.
O primeiro quadro de cenas que é mostrado ao leitor já serve de dica para como será o ritmo da história, onde uma cabeça sai de dentro da uma mulher que aparentava estar grávida. Porém a HQ é composta de momentos não tão gores e tem como primeiro plano a história um assassino de aluguel dotado de total falta de remorso que encara um dos trabalhos mais estranhos de sua vida e aceita matar dois viciados, porém vê que por mais que ele os fatie ou quebre seus ossos, os dois continuam lutando.
A história de City Of Others é um pouco complexa, em vários momentos somos jogados no passado para poder entender quem é Artemus, o mago que descobriu uma forma de se manter vivo para sempre e porque ele arranjou a raiva eterna dos vampiros da antiga Europa, ou conhecer o passado do assassino e sua motivação a falta de remorso.
Não sei se valeria apena contar todos os detalhes e despejar encima do leitor informações que são úteis quando se está com o exemplar dessa HQ em mãos. Mas num resumo rápido posso dizer que o tal assassino não parte em busca de vingança e nem de punição para o vilão dessa história. O final meio “Crepúsculo” pode desapontar boa parte dos leitores, mas a meu ver serviu mais como um “tudo pode continuar” de como um limitado “The End”.
A arte de Bernie Wrightson não é o mais atrativo de City Of Others, mas ela é bem constante e relativamente proporcional, lembrando muito a do Dave Gibbons em Watchamen, ou seja, é um quadrinho que se fia na história e nas viradas que ela dá para prender o leitor. Foi lançada em Março de 2007 lá fora e o texto é do Wrightson junto com Stive Niles pela Dark Horse.
OBS: Trueblood também fica como dica, mas acho que uma história mais válida como série de TV. No .:Hellfire Club:. tem uns resumos de capítulo, comentários e um pouco sobre a série.
Sobre o autor: Breno Cavalcante de Souza é o Breno C. lá no Meia Palavra e pode ser encontrado também no blog csides.
As histórias são muito interessantes, eu adoro vampiros mas não sou muito chegada a HQ e mangá. Será que podem lançar filme ou livros sobre as histórias?
daora eu queria ser vanpira
edaora e queria ser