Dilbert é engenheiro e trabalha em uma grande corporação, ele foi criado por Scott Adams em 1989 e até hoje tem publicações pelo mundo. Suas tiras trazem um humor ácido sobre o mundo corporativo, chefes incompetentes, funcionários nada exemplares e animais que exibem inteligência e apuro sobre os humanos. Dogberto é o melhor e o pior amigo do personagem principal, mostrando superioridade e compreensão. Os dois juntos tem as reflexões mais profundas dentro das tirinhas que compõem Dilbert – Pedindo Aumento, lançado pela L&PM Pocket.

Uma das histórias que mais valem a pena em Dilbert é o planejamento da morte do Chefe. O que começa com uma simples brincadeira de demissão, torna-se um exercício sádico de como liquidar com o manda-chuva em um tubo de ventilação onde ele está escondido. A partir dessa levianidade, seres sobrenaturais dominam o local de trabalho, incluindo um ombudsman demoníaco.

Outra curta interessante e hilária é de Wally propondo um pacto sinistro com a secretária do Chefe: reservar a sala de reuniões para ele o ano todo. Assim ele não precisará comparecer a reuniões e ela não precisará marcar a sala sempre que pedirem.

O chamativo das histórias de Dilbert é como elas podem ser lidas em separado, como tirinhas e como uma história inteira. Tampouco é preciso viver à mercê de um escritório para compreender as tiradas entusiastas de todos os funcionários dessa empresa ordinária. Todos tem alguma reclamação sobre o trabalho, a chefia, a burocracia ou o simples fato de quererem passar desapercebidos. Nesse ponto é interessante ressaltar que Dilbert quer crescer no trabalho e mesmo assim se sabota por ter uma inteligência comum, mas acima daquele que é seu superior. Enquanto Wally, melhor amigo dentro do escritório, faz de tudo para fazer o mínimo e manter o emprego. Entre os outros personagens temos Alice, a mais perversa de todas; Catbert, o gato chefe do RH cheio de soluções mirabolantes para provar que felicidade e trabalho não andam juntos.

Burocrático, fantástico, medíocre ou estupidez, não importa o tipo de humor que você procura, Dilbert tem sempre uma dose de todos esses modelos e soa familiar em suas divagações. É incrível como um devaneio ou uma reflexão podem ser encerrados num contraste com o absurdo, e não será culpa do cão falante, mas do intrínseco “ou não” ao final das sentenças.