Baudolino, personagem cujo nome também é o título desse romance do italiano Umberto Eco, é um jovem nascido em uma das inúmeras Alexandrias existentes na Idade Média. É, talvez, um grande herói ou ainda um enorme mentiroso- não podemos saber: ele narra sua história fantástica ao historiador bizantino Niketas Choniates.

A história de Baudolino não é tão estranha para o tempo em que se insere, na realidade. Ele foi vendido ainda bastante jovem para o emperador Frederico I, que o adotou, devido ao seu brilhantismo, que a partir de então foi coroado com o aprendizado de latim e estudos em Paris.

Lá ele ouviu falar sobre a mítica terra do Preste João: um reino cristão no oriente, governado por um descendente de um dos Reis Magos, onde encontra-se a fonte da juventude e reina a justiça. Essa história, na realidade, foi bastante popular durante a Idade Média, e levou muitos a fazerem o que Baudolino fez.

Depois da morte de seu pai adotivo, ele parte em busca desse lugar lendário, em uma aventura que dura 15 anos. Ele encontra os mais bizarros seres pelo caminho, todos existentes no imaginário do medievo europeu: eunucos (ok, esses nem são bizarros, existiam de verdade), unicórnios, blêmios (uma raça de homens acéfalos e rostos no tórax), monópodoes (anãos de um só pé enorme), pigmeus, e por aí vai. Vários desses seres são cristãos mas, com crenças ligeramente diferentes, e esse é motivo de discórdia: interessantemente não importam-se com a diferença física, apenas com a de fé. Baudolino chega mesmo a apaixonar-se por uma fêmea de uma espécie semelhante aos sátiros, que lhe conta um mito de criação gnóstico.

Baudolino talvez não seja o mais conhecido dos livros do autor italiano- acho que esse título cabe ao ‘O Nome da Rosa’, que até versão cinematográfica ganhou- mas eu o considero o melhor, ou, ao menos, o mais cativante.

Baudolino

Umberto Eco

Tradução: Marco Lucchesi

602 páginas

Preço sugerido: R$ 19,90

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