Acabou. Voltamos à vida normal, à ausência de línguas da Ásia Central e à triste existência sem dois filmes todo dia. Adeus credencial, vai ser feliz na gaveta.

Jauja – Um capitão dinamarquês vai com a filha para a América do Sul em busca de riquezas e sucesso. Enquanto vivem em um deserto isolado da civilização, ela foge com um pagem e ele sai para buscá-la, em uma jornada por terrenos que parecem além do domínio humano.

O título é referência a uma das muitas lendas de uma terra de tesouros e abundância que o continente abriga e o filme parece mesmo se passar em um lugar mítico, com uma narrativa ancestral. Há elementos estranhos que não são propriamente surrealistas, mas verossímeis dentro da lenda. É um filme lento, complexo, belo, mas que requer esforço de seu espectador.

El Mudo – Um delegado peruano sofre um atentado e fica obcecado com a ideia de que a família de um homem que condenou à prisão possa estar perseguindo-o. Com as cordas vocais danificadas, ele fica impossibilitado de falar e vê toda a vida que controlava com mão de ferro correr independente .

É um filme discreto, mas ágil e divertido. Sobre convenções sociais e a incapacidade de controle.