Eu gosto de literatura russa. Já houve um tempo em que eu diria “minha literatura favorita é a literatura russa” – como se fosse possível existir uma preferência assim, delimitada. O fato é que o primeiro escritor mais complexo e interessante que fui ler – e ficar completamente embasbacado – foi um russo: Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski. “Os Irmãos Karamazóv” é um livro e tanto.
O tempo passou, meus interesses se expandiram e mudaram. Ainda leio muita literatura russa, especialmente poesia. Mas também de muitas outras “origens”, boa parte “daqueles lados”: a assim chamada Europa Oriental. Poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, romenos, húngaros, búlgaros, iugoslavos (sim, eu sei da divisão, mas isso é assunto longo, complexo e pra outra hora; aceitemos o anacronismo), etc, etc e tal, povoam minha lista de leituras. Aqueles nomes impronunciáveis com cedilhas em letras indevidas, com acentos circunflexos invertidos sobre consoantes, com alfabetos aparentemente alienígenas; isso me atrai sobremaneira. Leia mais